Palmeiras com mais meio-campo do que habitual? Difícil concluir, ótimo observar
A estreia do Palmeiras no Campeonato Paulista diante do Red Bull, no Moisés Lucarelli, foi apenas o primeiro jogo oficial da temporada, portanto tirar diversas conclusões é simplesmente impossível. Tirar somente um já é de um pretensão gigante. Nesse caso, o ideal é apenas fazer uma ou outra observação pertinente para tentar entender o que foi apresentado no jogo de mais relevante.
Comparando com o trabalho que vinha sendo feito em 2018, o dado que mais chama a atenção é a posse de bola do meio-campo do Palmeiras. Considerada uma equipe vertical, ou seja, um time que faz uma rápida transição da defesa para o ataque, o Palmeiras teve quase 55% da sua posse de bola concentrada no meio-campo, ou seja, mais da metade. Olhando para os últimos 10 jogos de 2018, habitualmente a porcentagem de posse de bola no setor não passa de 45%. O que isso significa? Uma transição mais rápida para o ataque, em velocidade, agilidade, com pontas rápidos.
Observar esse dado do duelo contra o Red Bull é interessante. Tirar conclusão dele é precipitado. O motivo é simples: o número pode ter se consolidado ao fim do jogo apenas por circunstâncias da partida, travas do adversário, início do entendimento daquilo que o técnico (Felipão) quer que seja feito em campo, entre outras diversas variáveis que o jogo apresenta a cada equipe. Porém, caso esse dado comece a se repetir, haverá a possibilidade de concluir que talvez o estilo de jogo do Palmeiras de 2019 esteja em processo de mudança em relação ao de 2018.
Uma equipe que toca mais a bola no meio-campo e pensa mais para decidir qual jogada vai fazer, por exemplo, pode ser uma mudança que Felipão esteja pensando, já que tem Gustavo Scarpa e Ricardo Goulart como jogadores de muita qualidade, mas que não se destacam pela velocidade ao jogar pelos lados, e provavelmente não ficarão de fora das principais decisões do Palmeiras na temporada. Com tempo para treinar e implementar novidades, Felipão pode alternar estilos de jogo, algo que ele confessou não ter tempo para fazer ano passado. Quando quiser velocidade e menos posse no meio-campo, Carlos Eduardo e Felipe Pires surgem como opção. Quando quiser o contrário, Ricardo Goulart e Gustavo Scarpa entram em ação.
Tudo vai depender do que a equipe apresentar em termos de estratégia nos próximos jogos. Vale sempre destacar que os jogos da primeira fase do Paulistão se iniciam quase sempre da mesma forma: adversário fechado, esperando o time grande criar algo que fure um forte bloqueio. Nos clássicos, por exemplo, é mais possível pensar em assistir a uma proposta diferente, dependendo do dono da casa e da pressão que cada um esteja sofrendo por resultados na competição. Também por isso, é cedo para tirar conclusões, mas ótimo para fazer observações.