Palmeiras, meu maior orgulho – Logo a gente vai se encontrar de novo
Foto: Futebol de Campo.net
O que eu quero dizer é bem simples: eu sinto muito orgulho do meu time. Meu time não vai demitir ninguém. Não falo dos craques, dos intermediários ou dos questionados em campo. Quero dizer o pessoal do auxílio. Roupeiro, limpeza, clube. Gente comum como são os milhões que não jogam. Gente que deixa de almoçar para dar comida para os filhos. Gente que não dribla, não chuta, não espalma. Que espera o dinheiro cair todo dia cinco. Que batalha como Dudu, Pierre e Felipe Melo. Gente que dá o sangue pela família.
Sinto orgulho do meu time. Meu time faz todo esforço do mundo para não ter de demitir pessoas comuns. Pessoas que seriam números no noticiário. Nos jornais, rádios e TVs. Na folha de pagamento. Meu time se preocupa com eles. Porque eles são o meu time. Meu time não faz isso para ter a imagem mais bonita, para se aproximar do público, para receber elogios. Meu time é o time dos estrangeiros. Dos negros. Dos brancos. Do gays. Meu time não divide as pessoas por raça, cor, credo, política ou religião. O meu time é o time de todos os palmeirenses.
Sinto orgulho do meu time quando ele decide treinar em casa. Meu time respeita as determinações da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, do governo do estado e da prefeitura. Meu time aceita a ciência e a medicina. Meu time não dá murro em ponta de faca. Não coloca ninguém em risco. Ninguém, diga-se, do craque ao último torcedor da arquibancada. Meu time é exemplo. Meu time sabe que uma delegação tem várias pessoas na faixa de risco. Meu time tem um treinador moderno que arruma um jeito de estar perto mesmo estando longe. Peço desculpas ao meu técnico por não ter acreditado como deveria quando ele chegou.
Não sei quando meu time vai chegar perto outra vez. Quando vai entrar em campo para um clássico, um jogo qualquer, uma final de campeonato. Não sei se em 2020, em 2021 ou sabe-se la quando. Eu mato a saudade do meu time vendo Evair tomando distância. Ademir cadenciando. Djalminha distribuindo. Alex passando. Prass encarando. Felipão comandando. Eu sinto o mesmo orgulho do ao vivo, do inédito, do imediato. É o mesmo frio na barriga de quando Zapata tomou distância. Marcelinho correu. Assunção cruzou.
Eu grito de novo. Choro de novo. Torço de novo.
Posso não gostar de todos que levantaram taças, mas eu amo meu time. Eu sinto muito orgulho. Eu sou meu time: da cabeça aos pés; do coração ao sistema respiratório. Eu sou o Palmeiras. Eu e você somos o Palmeiras e ficamos mais fortes juntos. Em casa (se possível).
Meu time, repito, é o time de todos. Sem preconceito, julgamento, intolerância.
Meu time faz tudo para ter todos os funcionários. Apesar da crise. Apesar da economia. Apesar de tanta gente que não convém aqui.
Meu time sabe que nossa casa – agora – não é o Allianz Parque.
Meu time está fazendo o possível para ter todos os torcedores juntos em pouco tempo. E por muito tempo.
Por favor: se cuidem. Pela família de vocês. Pelo Palmeiras.
Meu grito não faz sentido sem o seu. Seu berro não faz sentido sem o meu. Nenhum de nós faz sentido sem o Palmeiras.
O Palmeiras precisa da gente. Da nossa força no grito. Do nosso ar na arquibancada.
Sou Sociedade Esportiva Saúde. Meu estádio é minha casa. Até esse adversário perder.
Feliz é o time que tem a esperança como cor.
Do salário mais baixo ao contrato mais alto. Somos todos iguais. Somos todos palmeirenses.
Somos família. Mesmo distantes.