Palmeiras tenta. Kobe se vai

Uma das história mais famosas da trajetória lendária de Kobe Bryant conta sobre o dia em que o Mamba virou uma madrugada treinando lances livres, mesmo após um dia intenso de treinos. Ele era alucinado pela perfeição, um workaholic que nunca quis depender exclusivamente do seu imenso talento. Era trabalho.

O time de Vanderlei não admite depender apenas de indivíduos e seus momentos. Suas percepções e invenções. Tem uma estrutura, tem uma estratégia. Foi pro clássico com uma ideia do que fazer e nela se manteve fixo. E foi assim que, apesar do começo complicado, o alviverde dominou a primeira etapa diante do São Paulo.

Foram várias as chances do time verde converter suas chances. Esteve com a bola nos pés, quase que do lance livre, mas com Dudu, parou nos pés de Volpi. Com Ramires, parou na trave. Ainda tentou por outros caminhos, mas não encontrou a rede. A que tantas vezes Mr. Bryant achou com mãos de mago.

No segundo tempo, sob o sol desértico de Araratexas, os times criaram menos. Acharam menos o caminho. Wéverton foi exigido na chance mais clara do jogo que caiu nos pés de Dani Alves e o goleiro cumpriu seu papel. Luís Adriano teve a bola para abrir o placar, mas achou o travessão. Victor Luis, na sequência, viu Volpi defender seu belo chute de canhota. Foi o melhor momento do verde nos últimos 45.

O Palmeiras tentou muito, mostrou o empenho que marca o caminho dos vencedores. Não hesitou em buscar. Não sucumbiu à preguiça de bolas longas e inúteis. Foi só o segundo jogo de um imenso 2020, mas foi engrandecedor. Há uma estrada para se seguir. É preciso seguir tentando. Treinando. Executando.

Seguindo o legado do fantástico Kobe. Aquele a quem dedico esse humilde, triste, mas necessário pós jogo. Foi dolorido perder uma lenda, mas é preciso usar seus ensinamentos. Celebrar sua vida. Achar uma forma de unir as maiores paixões de quem faz esse texto.

Ao Palmeiras, um bom futuro.
Ao Kobe, minha reverência.