Palmeiras x WTorre: clube esclarece entrada na polícia contra empresa e defende Leila

Alviverde tem direito a receber quase R$ 128 milhões e entrou com uma ação criminal por apropriação indébita. Partes têm trocado farpas publicamente há mais de uma semana

Na tarde desta quarta-feira (31), o Palmeiras emitiu um comunicado com esclarecimentos sobre a ação criminal contra a Real Arenas, empresa da WTorre que administra o estádio. Na nota divulgada nas redes sociais, o clube defende Leila Pereira por zelar pelos direitos e interesses da instituição.

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Confira a nota de esclarecimento do Palmeiras:

A dívida referente a repasses não realizados pela Real Arenas, totalizando R$ 127.972.784,97 (até março de 2023), cobrada por meio de Execução Judicial em curso perante a 29ª Vara Civil da Comarca de São Paulo, é incontroversa e assumida pela própria superficiária do Allianz Parque em relatórios mensais enviados ao clube, sendo tal processo judicial público e sem qualquer sigilo ou confidencialidade, ao contrário dos da Corte Arbitral;
Desde a inauguração do Allianz Parque, em novembro de 2014, a Real Arenas efetuou os referidos repasses em apenas sete meses, desrespeitando, reiterada e insistentemente, de forma unilateral o contrato firmado entre as partes e causando enorme prejuízo financeiro ao clube. Tal prática deliberada e evidentemente ilícita por parte da Real Arenas e seus representantes deu ensejo ao pedido de instauração de inquérito policial junto ao 23º DP;
A presidente Leila Pereira, mencionada nominalmente de modo desrespeitoso no comunicado divulgado pela Real Arenas, tem o dever de zelar pelos direitos e interesses do clube e assim o fará até o fim do seu mandato.

Entenda o caso

Segundo documento enviado ao 24º Departamento de Polícia, o pedido do Palmeiras é que sejam apurados possíveis crimes de apropriação indébita e associação criminosa. Para isso, existe também a solicitação do bloqueio de bens, valores e contas da Real Arenas e seus gestores, e a quebra do sigilo bancário da empresa desde novembro de 2014.

O clube alega que não recebeu todo o dinheiro previsto no contrato. Segundo o acordo entre o clube e a empresa, a equipe tem direito a percentuais que crescem ao longo dos 30 anos do acordo com a construtora, referente ao aluguel da arena para shows, exploração de setores, locação de camarotes e cadeiras, além de naming rights.

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No estágio atual do contrato, que diz respeito a 5 anos até 10 anos da abertura da Arena, 25% dos valores precisam ser repassados ao Verdão. No entanto, desde que o Allianz Parque foi inaugurado, em novembro de 2014, os repasses foram feitos em apenas sete meses, entre novembro e dezembro de 2014, e de janeiro a junho de 2015 – exceto maio daquele ano. Ainda assim, a construtora WTorre apresenta todo mês um relatório com os valores que teriam de ser transferido, mas não faz o pagamento.

Os valores e o imbróglio nas finanças é motivo de briga entre as partes na Justiça desde 2017, por meio de uma ação de execução realizada pelo Palmeiras de título extrajudicial. Sem avançar no campo judicial, a Polícia foi acionada.

A concessão da Arena do Palmeiras com a WTorre é válida por 30 anos. A data começou a valer a partir da inauguração da arena, em novembro de 2014. Ou seja, o contrato entre o clube e a construtora é válido até novembro de 2044.