Palmeirense carrega legado do pai, encontra Dudu em Curitiba e declara: ‘Pra mim, ele é um Deus’
Bino assiste, do céu, seus filhos honrarem o amor pelo Palmeiras
‘Pra mim, ele é um Deus’. Essa foi a primeira fase dita por Murilo Corrêa de Moraes, que viajou de Jaguariaíva, no interior do Paraná, para Curitiba para poder encontrar o time do coração e, principalmente, o responsável pelos melhores momentos que viveu como torcedor do Palmeiras. Fã incondicional de Dudu, Murilo chegou ao hotel Bourbon com duas fotos do camisa 7 em papel A3 impresso para colher uma assinatura.
Perguntado sobre as imagens, seus olhos encheram d’água e nublaram os óculos que usava. Com as bochechas vermelhas, queria disfarçar a emoção, mas não deu conta. O sentimento era muito maior do que seu corpo esguio e ainda trêmulo poderia conter. Ansioso, andava de um lado para o outro no saguão do Bourbon, mesmo contra um frio tremendo que fazia na capital do Paraná. Suas falas rarearam à medida que o desembarque do Palmeiras se aproximava.
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Quando o ônibus estacionou, seu rosto mais parecia um retrato, imóvel e tenso por encontrar com o ídolo – ou Deus, como prefere adjetivar. Na passagem de Dudu pelo saguão, que atendeu um a um todos que pediam uma foto, ele foi o último entre tantos que recebeu o carinho do baixola. Em sua vez, mal conhecia processar o momento, as lágrimas não deixavam. Sua foto, tão sonhada foto, foi feita, mas a vida reservou a ele um presente um pouco maior.
Antes, retrocedo alguns anos no tempo. Era 2012 e Murilo era o único palmeirense de sua escola. Todos os amigos, que não eram tão amigos assim, era mais afeiçoados ao Corinthians. Tímido, só foi vestido de Palmeiras quando Verdão venceu a Copa do Brasil daquele ano. A experiência, no entanto, foi traumática. Sua bandeira foi jogada no lixo e ele sofreu com a covardia coletiva dos outros.
Em 2013, o mundo era rival e a série B foi casa. Ele passou por tudo isso com a certeza que o time de seu coração era maior que a fase apontava. Resistiu. Sobreviveu. Alimentou o amor com a esperança pelo futuro. Em 2015, em suas palavras: ‘Chegou alguém para fazer o inferno mudar pra céu, foi quem fez a gente ser feliz de novo’. Eu poderia descrever como foi essa chegada, mas quem lê esse texto já sabe bem do que se trata.
Murilo, então, encheu seu peito de orgulho e nunca mais parou. Em sua formatura, conta com orgulho ter se vestido com calça verde, camisa verde, meia verde, cueca verde, sapatos verdes e um paletó da cor que também colore seu coração. Nunca mais sentiu o desprezo, porque tinha o Palmeiras como companhia, e foi companheiro nas vezes que o Verdão esteve no Paraná. E o dia 29 de agosto será pra sempre lembrado como o fechamento perfeito.
Murilo é filho de Bianor, ou Bino, como preferem lembrar ele e seu irmão, que deixaram a história de seu pai como plano de fundo para o encontro com Dudu. Já com a noite caindo em Curitiba, com ânimos mais amenos, mostraram a camisa com o nome Bino às costas, com o número 12. Esse homem, que hoje mora no céu, é a fonte de inspiração e de amor pelo Palmeiras que residem no coração da dupla. Eles carregam o verde consigo, sob os olhares do pai.
Emocionados, todos que estavam por perto entenderam que o Palmeiras é meio e também é fim. É de pai para filho, é amor que nem a mudança de plano pode evitar. Só aumentar. Hoje, Murilo carrega no coração e nos olhos o amor do pai, que certamente ajudou no encontro com o ídolo Dudu. Essa história, que já é tão linda, pode ser coroada com um encontro entre o camisa 7 e eles, marcado para acontecer antes da delegação ir à Arena da Baixada. Torço para que aconteça. Eles merecem. Os três.
No fim, o amor pelo Palmeiras é o sentido de nossas vidas.
De Curitiba, João Gabriel Falcade e Alan Gouveia para o NOSSO PALESTRA.
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