Para sempre, OG Moreira

Foto: Acervo/Palmeiras

Para alguns historiadores, o dia 13 de maio de 1888 foi a data mais importante da história do Brasil após a Proclamação da República, em 1822. O dia da Abolição que colocou fim à Escravidão de tantos negros que viviam nosso país, é uma data simbólica, mas ainda assim não tão representativa.

Para quem sofreu na pele e sofre até hoje os resquícios desse tenebroso período de nossa história, a data não representou a emancipação total da população que foi escravizada. Sabemos que ainda falta muito para que os negros tenham o papel que de lhe és direito, dentro da nossa sociedade.

O Palmeiras aproveitou o aniversário de 132 anos dessa importante data para avisar que a luta contra o racismo continua. Importante o clube que possui tantos negros em sua história se posicionar diante de um tema tão necessário para a nossa sociedade.

E não tem como não lembrarmos de OG Moreira. O primeiro negro a vestir a camisa do Palmeiras. O volante revelado pelo Fluminense chegou ao Verdão em 1942, quando o clube ainda se chamava Palestra Itália. E fez história após defender o Palmeiras por 8 temporadas e ter feito mais de 200 jogos com a camisa alviverde.

OG foi um dos protagonistas de um dos maiores momentos da história da Sociedade Esportiva Palmeiras. Ele que sofreu o pênalti no Choque-Rei de 1942, no Pacaembu.

Com o placar já marcando 3 a 1 para o Palestra Itália, o São Paulo se recusou a deixar os ‘traidores da pátria’ bater o pênalti. O time do Morumbi desistiu da partida e fugiu de campo.

Restou aos atletas do Palestra Itália esperarem o apito final e celebrarem o título paulista. Comandados pelo capitão Adalberto Mendes e carregados nos ombros pelos paulistanos, assim nascia a Sociedade Esportiva Palmeiras.

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Og Moreira, o primeiro em pé da direita para a esquerda

OG Moreira ainda conquistaria os Paulistas de 1944 e 1947. Ele abriu caminho para que tantos negros fizessem história com a camisa alviverde. Sem OG, não teríamos Djalma Santos, Luís Pereira, Jorge Mendonça, César Maluco, Pires, Mococa, Edu Bala, Ademar Pantera, Clébão, Mazinho, Sampaio, Roque Jr, Jaílson, Gabriel Jesus, Zé Roberto, Patrick de Paula e tantos outros.

Que sua memória fique eternizada e que a mensagem de um #PalmeirasdeTodos seja cada vez mais ecoada.

Há alguns registros de que o Palestra Itália teve negros o representando desde a década de 1920, tanto no futebol quanto no atletismo. Foram eles: Tatu (1925),
Arthur Friedenreich (1929), Petronilho de Brito (1930), Moacir (1938) e Macaco (1940).

Porém OG Moreira segue sendo o negro mais representativo, principalmente por fazer parte do momento em que o clube teve que mudar de nome e será pra sempre o primeiro atleta negro e capitão da história da Sociedade Esportiva Palmeiras.