Patrulhas e porradas: Vasco 0 x 1 Palmeiras

Vivemos dias desafiadores. Sobrevivemos em partidas difíceis

Certas coisas são incompreensíveis na vida, não apenas no futebol: como um bípede pode celebrar um tornozelo fraturado de um atleta? Como um hominídeo pode comemorar que uma pessoa que pensa diferente politicamente precisa ficar fora do restante da temporada por um acidente de trabalho? Ainda mais se esse jogador atua (e bem) no próprio clube?

Não falo de nenhum não-palmeirense (não necessariamente anti-palmeirense). Mas falo da legião de antis Felipe Melo. Recrutamento que aumenta também por patrulha ideológica. Mas também pelas atitudes nada “religiosas” de quem tanto pede “capacitação” ao Senhor.

Na mesma partida que bem jogava em São Januário contra o abalado Vasco, Felipe Melo poderia antes ter quebrado o braço de modo estúpido do rival Léo Matos, que o puxava dentro da área antes de uma falta para o Palmeiras. Na celebração do gol de Luiz Adriano, depois de o artilheiro pegar o rebote do pênalti mal batido defendido por Fernando Miguel, FM brincou de modo FM com o fotógrafo do clube, pisando nas partes pudendas do amigo, numa imagem pública evitável.

Mas era o FM. E jamais por isso pode ele que tanto joga bem quanto extrapola na indisciplina e violência ser vítima de tamanha expiação pública de bílis e secreções privadas excretadas por tanta escrotidão.

Vivemos dias desafiadores. Sobrevivemos em partidas difíceis.

Como os jogos do Palmeiras. O Vasco se fechou demais. Uma coisa é respeitar o melhor time, elenco e momento rival. Outra é ficar tão atrás da linha da bola. Como tão atrás está o Vasco da própria história. Com eleições adiadas ou canceladas de corar agentes laranjas e secretos pela América.

Abel aproveitou o ótimo e curto legado de Cebola para armar um time ofensivo, propositivo, com laterais construindo. Mas nada demais. Só na segunda etapa saiu o gol. Depois de um daqueles perdidos por Rony como já se esperava. Tanto quanto a vitória palmeirense contra um Vasco perdido e se perdendo demais.

Mas menos do que os que querem sangue e desgraça. Carniça e catástrofe de Felipe Melo. Desfalque tão sensível como será Wesley. Ainda que Veron e Patrick de Paula (e/ou Danilo) possam suprir as ausências.