Perdi as palavras, mas ganhei um ídolo

Sua carreira ainda acontece a plenos pulmões e muita garra e as minhas palavras já rareiam. Fiz todos os textos que elas foram capazes de coordenar ao longo desses anos em que, dia após dia, agradeço aos céus por te ter colocado no caminho do meu time. Pensei em mil formas de construir mais um, hoje, mas falhei miseravelmente e resolvi falar com o coração.

Disse, lá atrás, que você era um errático apaixonado, um ótimo profissional que reunia defeitos, mas que superava com o tanto de alma que impunha às ações com nossa camisa. Errei. Disse também que você ainda não era ídolo da Sociedade Esportiva. Errei. Você é, definitivamente, o Palmeiras.

Duvidei do que eu sentia. Se valia mesmo a pena de gostar daquele sofrimento. Comecei a redimir essa sensação quando acabou o ano de 2014 e ouvi da sua boca, Prass, que “tiramos um caminhão das costas” e muitas lágrimas no olhar de quem acabava de chegar à bomba relógio de verde e branco.

A vez que mais me senti vivo e errado, em 25 anos por aqui, foi no seu pênalti. No seu chute com todo o ódio que a gente carregou por décadas. A sensação não cabe nesse texto de homenagem, mas quem viveu, sabe e quem não viveu terá a vontade do mundo de ter vivido. Foi lindo.

Falamos por aqui de como ser reserva e ser capitão, de como ser ídolo de toda a família em forma de nação, falamos também sobre os dias de contusão ou de êxtase na comemoração. Falamos sobre o que é Fernando Prass. A vitória em forma de integridade, honestidade e amor sereno às cores.

Ser humano ímpar.
Goleiro exemplar.
Ídolo no amor.
Fernando Prass 41.