“Eu e minha família choramos no carro” Pierre relembra ‘jogo 200’ que não aconteceu e explica saída do Palmeiras
(Foto: Reprodução / Instagram)
Um dos grandes volantes do Palmeiras no século, Pierre esteve em live com o Nosso Palestra na noite desta segunda-feira (22). Durante a conversa, o jogador explicou o motivo de sua saída, revelou que se espelhava em Marcos para fazer carreira duradoura no clube e relembrou quando não foi escalado para jogar seu 200º jogo.
“Eu sempre costumo falar que eu não quis sair do Palmeiras, eu fui obrigado a sair do Palmeiras, pela circunstância. Eu não poderia ficar enquanto não me queriam. A situação foi criada e eu tive que buscar um outro clube", lamentou o campeão Paulista de 2008.
Pierre comentou a identificação que tinha com a equipe alviverde, e que pretendia construir uma longa história, inspirada na de um companheiro de vestiário:
"Meu projeto de vida era fazer uma carreira, espelhado no Marcão, 15 anos vestindo a camisa do mesmo clube, ganhando títulos. Mas a gente sabe que futebol não é assim. A roda gira, vão passando anos e você não consegue manter a mesma performance, entra um treinador que não gosta muito do seu trabalho… Mas é vida que segue. Na época eu senti bastante."
Por fim, o ex-volante detalhou o que sentiu no dia em que não foi escalado quando completaria 200 jogos pelo Palmeiras. A diretoria havia, inclusive, preparado uma camisa especial com o nº 200 para a comemoração do atleta:
"Um dos episódios que me fez sair do Palmeiras foi o do jogo 200 com a camisa do time. Na verdade, eu vinha de uma contusão no pé, e quando eu tinha me recuperado, não vinha sendo muito aproveitado pelo Felipão e fui voltando aos poucos. E aí teve esse jogo no Canindé, foi aquela festa, justamente contra o Atlético-MG. E, nesse jogo, eu tava com a camisa nº 200. Você sabe o que é marcar uma história vestindo 200 jogos a camisa do Palmeiras? Você vai contar nos dedos os jogadores que tiveram uma marca tão expressiva como essa.
E o Palmeiras tava ganhando o jogo por 3×1, a torcida gritando meu nome, eu tinha acabado de retornar. 3×1, 40 do segundo tempo, que diferença iria fazer eu entrar naquele jogo? Será que o Palmeiras iria tomar 3 gols e perder o jogo? Faltava uma substituição só, e ele colocou o Chico, acabei não entrando.
Eu me lembro quando encontrei minha esposa e meus pais no carro, foram quatro pessoas chorando. Todo mundo comovido com aquela situação, porque era algo que eu queria muito. Eu era muito identificado com o Palmeiras. E aí, naquele momento, liguei pro meu empresário e falei “não me querem mais aqui no Palmeiras, o que tá transparecendo é que tão forçando uma situação para eu sair."
Pierre saiu sem completar seu jogo de nº 200, foi para o Atlético-MG de Cuca, com quem havia trabalhado no Paraná Clube. A dupla se sagraria campeã da Libertadores, pela primeira vez na história do clube mineiro, em 2013.
CONFIRA O DEPOIMENTO DE PIERRE: