Pós Abel, jogadores do Palmeiras têm queda no número de cartões recebidos por reclamação
No entanto, no mesmo recorte, comissão técnica do Verdão lidera com sobras a estatística, levando em consideração somente treinadores e auxiliares
Abel Ferreira foi novamente expulso de campo na derrota do Palmeiras por 1 a 0 sobre o Fortaleza nesta última quarta-feira (31). Essa foi a terceira vez que o treinador foi ao chuveiro mais cedo nesta temporada. Ainda que não tenha prejudicado o restante da equipe palestrina, que mesmo com o revés se classificou às quartas de finais da Copa do Brasil, o português está fora do banco de suplentes no próximo jogo da competição.
Mesmo que Abel Ferreira se esquente à beira do campo e rotineiramente seja punido com cartões, a fúria do treinador, geralmente contra as péssimas arbitragens do Brasil, não é refletida dentro de campo. Segundo estatísticas da Opta, desde a chegada do treinador, o número de cartões por reclamação de atletas palestrinos diminuiu significativamente em relação ao período anterior ao técnico.
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Em entrevista coletiva, Abel Ferreira é irônico ao falar sobre expulsões
Desde a chegada de Abel, o Palmeiras disputou 215 jogos, com 38 cartões amarelos por reclamações – a estatística leva em consideração somente atletas. Em média, o time sofre uma penalização a cada 5,6 partidas. Já antes de Abel, levando em consideração desde a temporada de 2017, foram 70 cartões em 249 jogos, um a cada 3,6 duelos. Jailson (goleiro), Felipe Melo e Gustavo Gómez, com dois cartões cada, lideram a lista entre os mais punidos desde novembro de 2020, pelo Brasileirão.
Ainda que no campo os números tenham abaixado, à beira do gramado nenhuma outra equipe de comissão técnica toma tantos cartões como o Palmeiras. Levando em consideração somente o Campeonato Brasileiro desde a chegada de Abel, em 04 de novembro de 2020, os portugueses receberam 25 punições, entre amarelos e vermelhos. O segundo time da lista é o Santos, seguido pelo Fluminense, com 14 cada. Red Bull Bragantino e Cuiabá, com 13 cada, fecham o top-5.
Após o ocorrido desta quarta-feira (31), o Palmeiras apoiou publicamente o treinador nas redes sociais e cobrou “tratamento igualitário” da arbitragem. O clube alega que o treinador já ficou ‘marcado’ e que recebe advertências desenfreadamente por parte dos árbitros.
– Não podemos aceitar atitudes persecutórias contra um profissional competente e vitorioso que, ao longo de mais de dois anos de trabalho à frente do Verdão, vem valorizando o futebol brasileiro de forma inconteste – disse o clube em nota oficial.
Após a partida, o português explicou sua revolta com a arbitragem. Ele afirmou que já havia reclamado de lance no primeiro tempo e voltou a contestar uma marcação do árbitro na segunda etapa. Em seguida, ele comentou também, de forma irônica, a reincidência de cartões à beira do gramado pelo Alviverde. De acordo com o treinador, o lado positivo é evitar o desgaste de comandar o time ao lado do campo.
– O treinador do Palmeiras, se levar mais cartões, é para descansar. Há sempre esse lado positivo. Descansar, não viajar, curtir a família. Controlar o jogo do sofá, como foi contra o Santos, a beber minha água com gás tranquilo. Desfrutar da minha equipe e do orgulho que tenho de ver eles a jogar. Se o clube quiser prolongar meu contrato nestas condições, eu passo a comandar a equipe a partir de casa se me deixarem – disse Abel após se classificar à mais uma decisão de quartas de final pelo Palmeiras.
Esta foi a expulsão de número oito de Abel Ferreira no Palmeiras. Além disso, ele soma 42 cartões amarelos. Em função da punição desta partida, ele estará ausente ao menos do jogo de ida nas quartas de final da Copa do Brasil.
O Palmeiras volta a campo no próximo domingo (04) diante do Coritiba, no Allianz Parque. A bola rola às 18h30 (de Brasília), válido pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Vindo de três empates, o time é o vice-líder da competição, com 16 pontos – cinco a menos que o líder Botafogo.