Pressão é amiga do Palestra

– A pressão que a torcida do Palmeiras faz dentro do estádio é impressionante. Eu já tinha jogado em outros estádios mas a do Palmeiras é impressionante. Mesmo o time tomando de 3 x 0 a torcida o tempo inteiro empurrando, empurrando, empurrando… e aí eles conseguiram empatar”

NEVES, THIAGO, meia do Cruzeiro que quase foi do Palmeiras, no BEM, AMIGOS, do Sportv, falando do 3 a 3 pela Copa do Brasil de 2017.

“Parece que aqui o campo fica inclinado quando o Palmeiras ataca pro Gol Sul, no segundo tempo”.

ROBINHO, campeão da Copa do Brasil pelo Palmeiras, em 2015, e pelo Cruzeiro, em 2017, ainda no vestiário depois do 3 a 3.

Um ex, um quase-ex, e a mesma opinião dada não para agradar a torcida. Mas tabelar com os fatos e feitos rivais. A torcida palmeirense tem sido foda no Allianz Parque.

Mesmo com o tíquete médio mais caro do Brasil, e de fato caro demais, ela tem jogado mais do que o time em 2017. E tanto quanto ganhamos em 2016. E muito pelo que conquistamos em 2015. E voltaremos a ser tão fortes em 2018.

Mesmo quando o Palmeiras estabeleceu recordes de invencibilidade no Palestra (não perdeu entre 1986 e 1990, e a gente mal falava desse tabu), nem sempre era bom negócio esportivo e financeiro jogar em casa. As cornetas do apocalipse criavam atmosfera difícil. Os times que já não eram bons ficavam piores.

Por muito tempo eu preferia o Pacaembu. Os rivais gostavam mesmo de enfrentar o Palmeiras no Palestra. Luxemburgo era um deles: antes da fila, a estratégia dele e de outros treinadores era tentar sair logo na frente no placar e deixar a tromba e as trombetas verdes fazerem o desserviço de criticarem o Palmeiras no segundo erro, vaiarem no terceiro, xingarem no quarto dos infernos.

Viramos o jogo agora. Mesmo nessa fase instável, parecemos mais pacientes – nos jogos. E quando precisamos ganhar e copar, parecemos Palmeiras 4 x 2 Flamengo na Copa do Brasil de 1999.

Até quando, não sei. Mas torço para que seja eterno. Como aquela virada de Eulldr que inspirou a conquista da América em 1999. E que seria ainda mais sensacional com a arquitetura que encanta, a acústica que aumenta e pressão da arquibancada que não existia nas piscinas.

Mudamos para melhor. E sem mudar de casa. E sem vender a alma