Professor usa Palmeiras e mantras de Abel para ensinar alunos: ‘Capa de todos slides’
Palmeirense Daniel Urbinatti combina paixão pelo futebol com pedagogia
Desde a chegada de Abel Ferreira ao Brasil para treinar o Palmeiras, em novembro de 2020, discute-se se o treinador português seria capaz de deixar um legado no país. Para o Daniel Urbinatti, professor do ensino fundamental, não há dúvidas que sim.
Daniel é natural de Sales Oliveira, cidade no interior de São Paulo, e dá aulas de geografia e fiosofia no Colégio Logos, em Orlandia – cidade vizinha. Ele concedeu entrevista exclusiva ao NOSSO PALESTRA. De família palmeirense, o professor não se contém em expor o orgulho pelo time dentro de sala de aula.
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Fanático pelo Verdão, ele leva o clube de coração às classes para ajudar seus alunos na compreensão de alguns temas. O atual técnico do time, famoso por seus mantras, é a principal referência deste método.
De acordo com Daniel, parte dos conteúdos passados para estudantes do 6° ao 9° ano podem ser muito abstratos para a idade. Em função disso, ele entende que o uso de analogias é uma ferramenta essencial para facilitar o entendimento.
– Eu tento deixar a aula o menos “quadrada” possível. Utilizo muitos desenhos, tento fazer alguma analogia pra tentar deixar mais prático ou para facilitar a assimilação do conteúdo.
Em publicação em seu perfil no Instagram, o educador demonstra como a filosofia “Cabeça fria, coração quente” pode ser utilizada para esclarecer a matéria de climatologia.
– A Linha do Equador (0°), o centro (“coração”), é o ponto que mais recebe radiação solar em nosso Planeta e, portanto, é também a faixa mais quente da Terra. À medida que nos afastamos dele e nos aproximamos dos polos (90°N e 90°S), das extremidades (“cabeça”), mais frio fica… Portanto, “Cabeça fria, Coração quente” – explica o professor.
Ele afirma que este foi o material em que ele desenvolveu a relação mais profunda entre o Palmeiras e a disciplina em questão, mas cita outros exemplos. Abel é capa de slides de filosofia, enquanto Rony e Dudu são exemplos de “trabalho e técnica”; Zé Rafael, por sua mudança de posição, serve para abordar Existencialismo; Gómez e Felipão, por fim, são utilizados para abordar figuras da mitologia.
Mesmo com torcedores de times rivais em sala, o professor garante que a reação é positiva. Além disso, ele destaca que toma os cuidados necessários, para não causar nenhum aborrecimento com os comentários.
– Os alunos levam na boa, porque é algo natural e previsível pra eles (me verem falar do Palmeiras). Logicamente, pelo cargo que ocupo, tenho muita atenção pra não ofender nenhum deles.
Daniel esclarece também que o método não se restringe ao Verdão. Embora se utilize das referencias ao time com frequência, ele tenta diversificar os temas e conta, inclusive, com a participação dos alunos para construir as relações com assuntos extraclasse.
– Essas analogias podem ser sobre qualquer coisa. Outro exemplo disso é o BBB, em que eu utilizei situações do programa para trabalhar aspectos da Filosofia. Quando faço isso, tento demonstrar para eles que podem apreender de diversas maneiras (e deixo em aberto para sugestões)… E as conexões que eles conseguem fazer com jogos, principalmente, são demais – afirma.
Com a união entre duas paixões, Daniel desenvolve uma pedagogia que pretende aproximar os alunos dos conteúdos estudados. O palmeirense e fã de Abel Ferreira, tem certeza, na prática, da contribuição do treinador para o futebol e o que está além dele.