Ronaldo do Derby
Por motivos de força menor ontem não consegui atualizar aqui. Quase não atualizo meus blogs. Quase não faço televisão e nem rádio. Quase não consigo fazer as lives. Quase não consigo nada. Não era doença. Mas era contagioso. Deu um vazio tão grande que encheu tudo de nada. Perigoso como a pressão alta do fardo.
Não era para começar assim falando do Ronaldo Drummond campeão brasileiro pelo Galo em 1971, bicampeão pelo Palmeiras em 1972-73, e da Libertadores de 1976 pelo Cruzeiro.
Mas a partida dele também ajudou a encher de vazio o dia. E lembrar algo que o meu trabalho diário e prazeroso no Esporte Interativo, Jovem Pan, Revista Corner, Nosso Palestra, Torcedores.com, documentários, livros, lives, exposições e museus tenta fazer todo o dia.
Contar história.
Quem vive de passado é quem tem história. Foi quem em 22 de dezembro de 1974 fez o gol do título paulista da Academia. A conquista que evitou a primeira do rival em 20 anos.
O gol eterno de Ronaldo Drummond que agora chega à eternidade aplaudido como o primeiro palmeirense da Eterna Academia. Recebido pelo artilheiro Heitor, pelos bustos Junqueira, Fiúme e Oberdan. Por tanta gente que partiu e que partidas!
Pelo meu pai lá no canto do céu abrindo um vinho celestial e contando de novos todas aquelas histórias tão novas de tão velhas. Aquelas estórias que não foram bem assim. Aquelas que nunca de fato aconteceram aqui.
Mas que ficam pra sempre. Como um voleio numa tarde feia de tão linda no Morumbi. Um gol em que ele celebrou ajoelhado. Como milhões dos nossos que venceram. Como mais milhões dos deles que de novo não venceram.
Mas estavam todos de volta na segunda ao batente. Como estou de volta hoje para falar da partida de um cara que não precisa partir pra gente celebrar todo dia.
Para lembrar todos os dias duros que quando se tem aquela tarde para lembrar, tudo passa. Quantos se tem o amor no peito, até quando ele está vazio, é só olhar ao lado, dormindo em seu ombro como um anjo, que o amor vence tudo.
O amor Palmeiras.
Não só um substantivo mais do que próprio. Um verbo abundante.
A melhor definição de amor.
Do meu amor.
Força e luz à família de Ronaldo. Um Drummond mineiro que não fazia poesia. Mas para quem é verde fez muito mais em prosa e Palmeiras.