Roque Júnior se diz contra a volta do futebol e alerta: ‘Número de mortes ainda está crescendo’
(Foto: Fábio Menotti / Assessoria de imprensa SE Palmeiras)
O zagueiro Roque Júnior e o lateral Júnior, ambos campeões da Libertadores de 1999 pelo Palmeiras, estiveram em live com o Nosso Palestra na noite desta terça-feira (16).
Questionado sobre a possível volta do futebol no Rio de Janeiro, cogitada para a próxima quinta-feira (18), Roque alertou:
“Eu ouvi ontem um comentário de um infectologista sobre a ‘segunda onda’ de infecção que pode ter, e ele falou uma coisa interessante: nós não temos segunda onda e nossa primeira onda tá aumentando cada vez mais. (…) Os nossos casos aqui, tanto de infecção, quanto de mortes, estão subindo. Então, acho que em um momento como esse, é muito difícil falar de futebol."
O defensor, que tem passagens por Milan e Bayer Leverkusen, comparou a situação brasileira com a de outros países e mencionou a desigualdade existente entre os clubes daqui, especialmente nos estaduais:
"Se você pega a Alemanha como exemplo, eu joguei lá, eu sei que vão ser cumpridos todos os procedimentos que forem determinados. Acho que aqui no Brasil é muito difícil, até pela disparidade dos clubes. Quando você fala do campeonato carioca, por exemplo, você pega o Flamengo, eu vi o presidente deles falando que eles vão comprar os testes, vão fazer todos os procedimentos. Sim, mas eles vão jogar contra o Bangu, o Madureira, eles têm a mesma estrutura? Não têm. Então acho que tem que pensar no todo."
Por fim, o zagueiro pentacampeão mundial ressaltou o perigo da atual situação e criticou a pressa dos dirigentes e políticos pelo retorno do calendário futebolístico:
"Nós precisamos primeiro cuidar da saúde, passar para as pessoas que esse é um momento não só de ficar em casa (quem pode), mas de ter preocupação com aquilo que tá acontecendo, e não já tentar voltar o futebol. Eu sou contra, eu não voltaria. Esperaria mais um pouco e olharia pros outros países, o que fizeram. Na hora em que cair o número de contágios e de mortes, tudo bem. Mas nós estamos abrindo o comércio com o número de mortes e contágios ainda crescendo."