Ruim é não ter 11 para escalar, maravilhoso é ter quase dois times

 

Nem precisaria gastar as tintas que coleguinhas desgastam a paciência quando falam que o Palmeiras “tem a obrigação de ganhar” em 2018 – ainda mais com a chegada de Scarpa. Só o PSG (na França) é obrigado a ser campeão. Ponto.

Não deveria nem lembrar um meio-campo de 2013 com Eguren, Márcio Araújo, Wesley e Rondinelly para dizer que problema não é ter em 2018 Felipe Melo, Bruno Henrique, Tchê Tchê, Moisés, Gustavo Scarpa, Lucas Lima, Guerra, Dudu, Keno e Willlian para cinco camisas.

Grandes jogadores nunca serão problema. Apenas solução. Se criarem problemas com egos, bicos, mimimis, vaidades, isso acontece. Foi assim no começo de 1993. E o final o Brasil conhece, também em 1994. Bicampeão brasileiro, bicampeão paulista, campeão do Rio-São Paulo com um time misto (com as mesmas vaidades dos cobras).

Você também sabe que qualquer passe não dado e olhar torto entre os jogadores do Palmeiras este ano já será sinal de “grupo rachado”. Faz tanto parte do jogo quanto o Palmeiras disputando tudo para vencer.

Só não pode o elenco se pilhar ainda mais por isso. Nem a torcida dar pelota às especulações. Gente se achando com bola de titular, e titular se achando Ademir da Guia, isso terá. Como já teve. É do ser desumano. Em qualquer campo. Na sua empresa, na minha firma, num convento.

Mas você prefere (com todo o respeito a alguns que se salvavam em uma equipe condenada) João Marcos, Benazzi, Marquinho, Darinta, Tonigato, Vítor Hugo, Sena, Célio, Osni, Paulinho e Marquinhos de 1981 ou Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo, Zeca, Dudu, Ademir da Guia, Edu, Leivinha, César e Nei de 1972?

Você prefere Bruno; Artur, Maurício Ramos, Román, Juninho, Márcio Araújo, Correa, Tiago Real, Mazinho, Maikon Leite e Barcos em 2012 ou Valdir, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Djalma Dias, Ferrari, Dudu, Ademir da Guia, Julinho, Servílio, Tupãzinho, Rinaldo em 1965?

Você prefere Prass, João Pedro, Nathan, Tobio, Juninho, Wesley, Marcelo Oliveira, Victor Luís, Felipe Menezes, Diogo e Henrique Ceifador de 2014 ou Sérgio, Cláudio, Antonio Carlos, Cléber, Roberto Carlos, César Sampaio, Mazinho, Zinho, Edilson, Edmundo e Evair de 1993?

Eu sei que time alguns colegas preferem – o que perde. Eu ainda prefiro gente que se perca no vestiário, perca a cabeça pelo ego inflado, mas nos deixe com mais chances de ganhar tudo.

Só reclama de muita gente boa para pouca camisa quem não quer o melhor de um clube.