Sem Danilo e Scarpa, como joga o Palmeiras de Abel Ferreira em 2023?

Verdão encontra soluções dentro do próprio elenco para início de temporada com variações táticas

Em colaboração com Caio Meneghello

O Palmeiras perdeu dois de seus principais jogadores da temporada passada – Danilo e Gustavo Scarpa – e, assim, Abel Ferreira teve de modificar alguns padrões táticos da equipe. Seja pela ausência dos atletas ou por variações no estilo de jogo, o Verdão apresenta novas ideias em campo para 2023.

A começar pela saída de bola. Tradicionalmente feita com uma linha de três, esse padrão foi mantido. Nesta temporada, no entanto, houve uma troca no terceiro homem, que costumava ser Marcos Rocha. Agora, quem acompanha Murilo e Gustavo Gómez é Piquerez, mais recuado pela lateral esquerda, enquanto Rocha tem mais liberdade para subir do outro lado.

No meio-campo, por sua vez, a perda de Danilo impactou não apenas na reposição de sua vaga com Gabriel Menino, mas em uma mudança na disposição dos volantes. Antes bem definido com Danilo na função de 5 (primeiro volante) e Zé Rafael na função de 8 (segundo volante), hoje o time atua com “dois camisas 8”. Além de ficar claro no campo de jogo, Menino revelou que essa variação foi uma proposta de Abel, em recente entrevista.

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De qualquer forma, Zé Rafael é quem tem mais obrigações defensivas na equipe e ocupa, na maior parte do jogo, a primeira faixa acima da defesa palmeirense. Enquanto isso, Menino volta para buscar a bola, mas também se associa com Raphael Veiga mais próximo ao ataque. Nessa função, ele retoma seus tempos de meia ofensivo em algumas fases do jogo.

Assim, Veiga passa a atuar mais pela esquerda, onde está também Dudu. O ponta tem jogado bastante aberto para alargar o campo, já que Piquerez, como terceiro homem na zaga, tende a subir menos ao ataque. Assim, o camisa 23 e o camisa 7 conseguem tabelar e chegar à linha de fundo, tal qual na jogada do quarto gol alviverde na Supercopa do Brasil contra o Flamengo.

Embora preferencialmente na esquerda, Dudu não permanece apenas de um lado. Ele e Rony invertem posições durante todo o jogo a depender do contexto. A diferença entre suas funções é que, se Dudu abre o campo, Rony afunila. Centralizado, ele se aproxima de Endrick, que cumpre a função de centroavante.

Esse é o principal ponto de dificuldade do Palmeiras até o momento na temporada. A bola pouco chega ao atacante de 16 anos em condições de finalização. Por concentrar o jogo pelas laterais do campo e abusar de cruzamentos, Endrick fica isolado entre os zagueiros e participa menos do que poderia ou deveria.

Apesar de necessários ajustes, o Palmeiras dá mostras de solidez tática nos primeiros testes do ano. As perdas de Danilo e Scarpa são sentidas na saída de jogo e, principalmente, nas bolas paradas. Por enquanto, contudo, Abel consegue suprir essas lacunas com soluções de dentro do próprio elenco.

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