Sempre é difícil ganhar e mais ainda perder

O São Paulo não tinha rival em 2008 tanto que tirou 11 pontos de diferença para o Grêmio e foi tricampeão brasileiro.O Flamengo fez meio que tudo errado e deu tudo tão certo a partir da penúltima rodada que bateu campeão em 2009. O Fluminense ganhou um campeonato em 2010 e repetiria a façanha em 2012 sem maiores contestações a não ser as usuais no país. Como o Corinthians ganhou em 2011, 2015 e sobretudo em 2017 com campanhas notáveis e, no hepta, inesperadas. Em 2013-14 não tem como se contestar um bicampeão como o Cruzeiro.

Mas em todos esses anos têm como discutir e muito o nível baixo do Brasileiro. Por tudo que se sabe e que não se pode corrigir. Por tudo que sabemos que está errado e não acertamos porque somos incorrigíveis.

Problema é que em 2016 e 2018 se discute a qualidade do campeão como se ele fosse obrigado a ser pelo investimento. Questão é que quando é digno de elogios se finge que não é. O ótimo turno inicial com Cuca não foi tão enaltecido como o futebol pragmático do final. A campanha histórica de Felipão com reservas em 14 jogos muitas vezes nem é citada. Quando muito de absurdo e abjeto modo pejorativo, como se o Palmeiras fosse obrigado a ser campeão por ter elenco de mesmo nível. Até mesmo o equilíbrio do grupo chegou a ser criticado, “onde já se viu não haver diferença entre titulares e reservas?”

Juro. Estamos mais chatos que muitos jogos sofríveis do futebol brasileiro. Não podemos admitir um futebolista tão fraco. Estamos todos nesse time e nesse jogo. Daí detonar o campeão e persegui-lo como se fosse o vice ou outros 18 do fraco é bizarro.

A discussão não pode ser clubista. Não é pelo nosso Palmeiras ser campeão e exigir apenas elogios porque todo campeão pode ser criticado – mas precisa ser respeitado. E não pode ser tomada também como alguns rubro-negros que exigem da direção do clube, comissão técnica e elenco carioca um futebol do Flamengo de Zico 81-82 (o melhor que vi jogar no Brasil). Acham que o time perdeu o hepta pelos laterais fracos e reforços como Rômulo e não pelos méritos do campeão. Insistem em dizer que o BR-18 foi fácil para o Palmeiras, caiu no colo, e o chororôrume de sempre.

O Palmeiras se aproveitou dos muitos tropeços alheios. Da mediocridades geral. Dos próprios erros cometidos. Das coisas que deram errado.

Mas só foi “fácil” pra quem tem dificuldade em perder. Pode ter sido mais fácil apenas pela menor dificuldade alviverde em ser campeão nacional.