“Setentões”, Luiz Felipe Scolari e Geninho fazem duelo dos técnicos mais velhos do Campeonato Brasileiro de 2019
(Foto: montagem sobre fotos de Cesar Greco/Agência Palmeiras e Divulgação/Avaí)
O Palmeiras empilha recordes no Campeonato Brasileiro e tenta manter o bom momento contra o Avaí, até agora sem vitória no torneio e na lanterna. O duelo desta quinta-feira (13), às 20h no Allianz Parque coloca frente a frente os dois técnicos mais velhos em atividade na Série A.
Geninho fez 71 anos e maio e Luiz Felipe Scolari completará em novembro. Conhecedores do torneio nacional, os dois se enfrentam em realidades diferentes, mas mantêm a mesma vontade de viver no futebol.
Os mais experientes da Série A chegaram a trabalhar juntos, quando Felipão treinou o goleiro Geninho no Juventude, em 1983.
"Tenho uma grande admiração pelo Geninho, que foi meu atleta no Juventude de Caxias. Me ajudou muito no meu ínicio de carreira. Será uma alegria encontrá-lo", disse o treinador palmeirense ao NOSSO PALESTRA.
"Posso dizer que gosto do que faço e me sinto bem. É uma profissão com muito estresse e para se manter é preciso se manter emocionalmente e fisicamente bem. Acredito que para o (Luiz) Felipe é a mesma coisa", disse Geninho, também ao NOSSO PALESTRA.
Enquanto Felipão é o atual campeão nacional, Geninho retorna à elite depois de sete anos. O último trabalho havia sido com a Portuguesa, em 2012. Apesar do período distante, ele avalia que os resultados recentes o ajudam a seguir na profissão mesmo depois dos 70 anos.
"Nos últimos cinco anos eu consegui quatro acessos e ganhei três estaduais. O Avaí não vencia em Santa Catarina há seis anos e fomos campeões em 2019", ressalta ele, lembrando que mesmo assim não está livre da pressão:
"Eu tenho a mesma pressão que o Felipão no Palmeiras só que o meu campeonato é diferente do dele. Enquanto eu preciso me manter na primeira divisão, ele é cobrado por títulos e não só do Brasileiro, mas como Copa do Brasil, Libertadores…", completa o treinador.
Sobre o encontro desta quinta-feira, ele reconhece a dificuldade, mas ressalta que é a chance dos jogadores do Avaí.
"Tem que mostrar para os jogadores que é a oportunidade deles. Jogo grande em que a responsabilidade é toda do Palmeiras. Tem que ir tranquilo e jogar bola. Apesar dos resultados, não jogamos mal nas últimas três partidas. A torcida está chateada, mas tem visto o nosso desempenho. Quem sabe não começamos a mudar isso contra um grande time", finalizou.
Bate-bola com Geninho:
Vocês são técnicos há quase 40 anos. O que mudou nesse tempo?
O futebol mudou muito. Toda vez que posso eu procuro me informar do que está acontecendo e não tenho vergonha de copiar aquilo que é bom. De repente você vê uma maneira de jogar e consegue encaixar no time.
Como vê a mescla de técnicos jovens com experientes?
É uma coisa normal. Quando eu comecei, também passei a ocupar o lugar de veteranos que estavam no mercado. Cada clube tem a sua filosofia. É claro que com o tempo, tenho a experiência a meu favor e ajuda para administrar o grupo, mas é um caminho natural.
O Felipão tem o Paulo Turra que é mais jovem e o auxilia na comissão técnica. Você tem alguém mais jovem que o ajuda?
Sim. Tenho o Evando (ex-jogador do Avaí) que é um cara novo, fez os cursos da CBF. Claro que a minha realidade não é a mesma do Palmeiras e a comissão técnica não tem o mesmo tamanho. O Evando me ajuda nesta função.