Silvia, Nickollas, o amor incondicional

Silvia e Nickolas, isso a Globo mostra. O Marco Aurélio Souza os viu no Allianz Parque. O Palmeiras os abraçou. O futebol torceu por vocês. A Fifa os consagrou no Scala de Milão.

Tem um ano essa história inspiradora. E não terá uma vida para explicar o que sentimos. Quem torce pelo Palmeiras. Quem não gosta e torceu por vocês.
Pelo mais lindo amor de mãe que conheci. O real. O incondicional como temos pelo nosso Verdão. O que acolhe. O Nickollas que você sempre disse que a escolheu. O amor a quem você conta o mundo e o mundo agora soma uma história de amizade, atenção, carinho, superação e respeito.

A mãe que está sempre ao lado do filho para contar a vida que vocês enxergam melhor do que nós. Mundo que precisa mesmo de amor que abre os olhos. De atenção para quem está ao lado. De educação para ensinar o que vemos ou não podemos ver. De respeito para entender que quem enxerga outras cores e credos merece o mesmo aplauso que vocês recebem por contarem ao pé do ouvido histórias de amor como o nosso time. De fé na nossa vitória. De aceitação de nossos empates. De superação de nossas derrotas.

Nosso sangue é verde. O de mãe e filho não precisa ter os mesmos cromossomos. Basta ser o que somos. A visão de quem não pode. O poder de ser o que precisamos ser.
Nickollas, só a melhor narradora do mundo pode descrever o que os olhos do Scala viram. Nunca vi tanta gente chorando numa premiação. Só o Scala para ser o palco dessa celebração. O teatro onde em 1924 o maestro Toscanini apresentou pela primeira vez Turandot, última ópera (inacabada) de Puccini.

Ele apresentou Turandot até onde o compositor terminara antes de morrer. Interrompeu a execução da obra até a nota final composta por Puccini. Não tocou o final da ópera completada por outro músico. Toscanini encerrou a regência, virou-se ao público, e solene decretou que ele encerrava a apresentação onde Puccini havia parado.
Quase 95 anos depois, a cerimônia de The Best da Fifa pra mim poderia encerrar como Toscanini. Quando Silvia e Nickollas receberam o prêmio. Silvia dedicou ao mundo que precisa de mais mães e filhos como eles – o que é impossível. Mas de um amor possível como o deles – o que é necessário.

29748542507_2387fd76df_z-1