Sobre rótulos e crises de ansiedade
“Perdeu o vestiário!”, “Não tem pulso!”, “Ele é mansinho, o Palmeiras precisa de sangue na veia!”, “Tão querendo derrubar ele, está claro!”
Provavelmente você escutou uma dessas frases nesta última semana que passou. Roger Machado virou o alvo preferido de boa parte da torcida palmeirense, que via no técnico, o grande culpado pelas duas derrotas seguidas do Palmeiras no Brasileirão.
Porém havia um Choque-Rei no caminho para mostrar que nem tudo está tão errado, como nem tudo estava perfeito, mas é preciso cuidado com os rótulos.
Nunca achei a postura de Roger passiva. Já vi o treinador esbravejar mesmo ganhando um jogo por 3 a 0. Como também já vi ele com a paciência de um Buda durante uma disputa de pênaltis.
É cultural e muito pobre da nossa parte despejar toda a culpa pelo mal futebol apresentado pelo Palmeiras somente no seu treinador.
É preciso um pouco mais de calma e resiliência. Roger errou muito, como ainda vai errar, ao ser teimoso com algumas escolhas, trocas e preferências táticas.
Mas foi muito bem ao recuperar o futebol de Bruno Henrique e Borja, dois alvos da mesma torcida que os apedrejavam no começo do ano.
O mais prudente é o Palmeiras continuar o trabalho, pelo menos até o final do ano. O elenco parece estar fechado com o seu treinador.
Resta a torcida e principalmente a diretoria voltar a abraça-lo pra tudo voltar a ficar mais fácil.
Sábado foi a prova de que quando todos remam para o mesmo lado, a correnteza fica mais calma.
A culpa não é do Dracena, nem do Jaílson, nem do Dudu, muito menos de Roger. Quando perde, perde todos.
Como disse Edu Dracena no seu Instagram: “Quando alguém falha na frente ou atrás, os outros correm para apagar a falha. Isso é uma família.”
E pra você que segue achando o Roger mansinho, deixo aqui o vídeo da preleção de sábado. Tire as suas próprias conclusões após o minuto 3:40 do vídeo.