Taça do Brasileirão terá espaço especial da prateleira de Raphael Veiga, apesar da lesão

Campeão de tudo. Raphael Veiga é um dos poucos jogadores do futebol brasileiro que pode se gabar por ter conquistado todos os títulos de maior relevância no Brasil e na América do Sul. Mas não é a dele. Aliás, nunca foi. Silencioso, Veiga trabalha, joga e vence. O título do Brasileirão de 2022 é só mais uma prova disso.

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O palmeirense Raphael Veiga não teve muito espaço em sua primeira passagem pelo clube do coração. Contratado pelo Alviverde junto ao Coritiba em 2017, o camisa 23 passou a temporada seguinte defendendo o Athletico-PR, onde foi importante na campanha vitoriosa da Sul-Americana.

Em 2019, de volta ao Verdão, Veiga amargaria sua última temporada sem levantar uma taça. Sob desconfiança dos torcedores, a volta por cima de um dos maiores meio-campistas deste século começou em 2020, principalmente após a chegada de Abel Ferreira.

Sob o comando do português, Raphael Veiga prosperou. Outrora vazia, a prateleira de prêmios individuais começou a receber os primeiros troféus. Acompanhado do título da Copa do Brasil, Veiga foi eleito o Bola de Ouro e estava na seleção da competição.

Levantar seu primeiro título nacional pelo Palmeiras, no entanto, foi apenas a cereja no bolo após a conquista da Libertadores da América meses antes, em janeiro de 2021. Até porque, somando gols e assistências dos dois torneios, o camisa 23 acumulou uma média de 0,5 participação em gol a cada jogo – 18 jogos, com seis bolas na rede e três assistências.

Desde então, as comparações com Alex, ídolo do Palmeiras, se tornaram mais frequentes. Aos que pensavam, em um primeiro momento, que era absurdo compará-los, Veiga, discretamente, foi provando seu valor.

Melhor jogador do mês de outubro do Brasileirão de 2021, o camisa 23, que já começava a ser especulado na Seleção Brasileira, chegou voando para o duelo decisivo da Libertadores. E, seguindo os passos do Cabeção, cravou na decisão, levantou os milhões de palmeirenses ao redor do mundo e comemorou como um deles.

Onde se vê o Palmeiras campeão, tem Veiga como destaque. Eleito o melhor meia da Libertadores e, de quebra, do Brasileirão, o palmeirense já colocava seu ex-companheiro de arquibancada entre os grandes da história.

Neste ano, a magia silenciosa se repetiu desde os primeiros meses, durante o Mundial. Apesar do gol na decisão contra o Chelsea, é bem verdade que Veiga bateu na trave na conquista do Mundial. Seria, no entanto, apenas o começo de uma temporada avassaladora.

Na disputa contra o Athletico-PR pela Recopa Sul-Americana, quem estava lá para marcar um gol? Mas e na decisão do Paulista, quem foi o responsável por ir à rede duas vezes e sacramentar a virada histórica sobre o São Paulo? Onde se vê Palmeiras campeão…

As atuações não lhe garantiram uma vaga na Seleção Brasileira, mas os números não mentem. Entre todos os jogadores da Série A, o camisa 23 era quem tinha mais participações em gols, com 23 (uma a cada 85 minutos). Veiga era, sim, o melhor meia em atividade no Brasil.

Depois de contrair Covid-19, em maio deste ano, Raphael Veiga passou por algumas dificuldades na readaptação e, com isso, veio a queda de rendimento. Nada que o tirasse da prateleira de um dos principais do Verdão na temporada. Na atual edição da Liberta, por exemplo, o camisa 23 marcou nove gols em apenas seis jogos.

Certamente, teria feito ainda mais pelo Palmeiras na campanha que terminou com a eliminação para o Athletico-PR, no entanto, Veiga sofreu uma lesão no tornozelo direito durante a partida de ida da semifinal após entrada forte de Hugo Moura.

Apesar dos esforços do Palmeiras, Veiga foi submetido a uma artroscopia e ainda não retornou aos gramados. Independentemente de não ter feito parte das 13 finais que garantiram ao Verdão a 11ª taça do Brasileirão, o camisa 23 sabe da sua importância para mais essa conquista. O troféu que o coloca no patamar de campeão de tudo. A taça que terá um lugar mais do que especial na sua pesada prateleira.

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