Tenho sentido uma energia diferente no Palmeiras de Luxa
Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Existe algo que não se mede. Não dá para contar ou calcular. É impreciso. O nome disso é energia. Não falo aqui sobre esquema tático, novos jogadores, dinheiro, número de vendas e compras. O assunto é energia. Energia a gente sente. Ela arrepia, empolga, ilude. É a energia que faz você ficar emocionado quando a nossa torcida canta e vibra. Quando o Dudu arranca. O Willian aparece. Quando o Weverton pula. Quando o Vanderlei grita.
A energia que levou o chute de Edmundo ao ângulo do Corinthians.
Essa energia tem nome: o nome dela é Luxemburgo. Noto – e sinto – um Palmeiras com ótimo clima. Com o atraso dando espaço para a velocidade. Com o drible substituindo o chutão. Com o passe como padrão de jogo. Está longe de ser aquele Palmeiras que brilhou até o pênalti do Evair. Ou o dos mais de cem gols no Paulista. Ou o do Mago encantando em 2008. É preciso ter calma. Foi a calma que nos trouxe até aqui.
Foi a calma que tivemos quando Alexandre falhou e Sérgio não pegou. Esperamos e voltamos na sequência. A calma dos anos 80. A calma de 2012. A calma de 2013. De 2014. E, quando a coisa voltou ao seu lugar, continuamos perdendo a cabeça e a paciência com qualquer tropeço. Algo natural, aliás. Porque falamos sobre o Palmeiras. Talvez seja a junção de calma e energia a chave para títulos importantes.
Sinto energia no olhar do Felipe Melo. No olhar do Dudu.
Energia que o time troca com sua torcida.
Não sei se é a energia do calção e meiões brancos. Não sei se é a energia que encontrou a cabeça de Galeano em 2000. Nem se é o milagre com Deyverson sendo herói há dois anos. É a energia das categorias de base, mas com a paciência de escolher o melhor momento. É a coragem de Dudu confrontando os rivais, mas com a calma para achar o centroavante. Não sei até quando será Luiz Adriano.
A energia é a arquibancada pulsando. Aceitando o retorno de quem tanto ganhou por aqui.
Posso estar errado. Pode chegar o fim de 2020 e nada dar certo. O Palmeiras pode mais tropeçar do que derrubar os outros times. Mas sinto que vai ser diferente. Não sei se o Flamengo – por exemplo – tem a mesma energia do ano passado. A mesma energia que o Palmeiras tem hoje.
Aqui não tem nomes, números, escalação, contratações. Energia é o arrepio. Energia é emoção. É maior do que qualquer cifra, proposta, favoritismo. Não dá para mensurar.
O velho Luxa era carregado por energia.
É o que tenho sentido no novo Luxa.