De pantufas e em ritmo de férias, Palmeiras se arrasta à espera da Copa

O elenco do Palmeiras não aderiu a Greve dos Caminhoneiros, iniciada na semana passada, mas não esconde de ninguém, dentro de campo, que conta os minutos para a parada da Copa do Mundo. Depois de garantir o primeiro lugar na classificação geral da Libertadores e bater o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro, com certa facilidade, por 3 a 0, Felipe Melo, Lucas Lima e Cia. calçaram as suas pantufas e desde então têm atuado em ritmo de férias.

Não coincidentemente, depois de proteger os pezinhos da frente fria que chegou a São Paulo, a equipe, mesmo sem precisar sair de casa, sofreu para empatar, em 1 a 1, com o América/MG pela Copa do Brasil, e foi incapaz de superar – com todo respeito aos pernambucanos – o limitado time do Sport, em compromisso válido pela 7ª rodada do Brasileirão, que foi vencido pelos visitantes por 3 a 2. Assim, a partida que poderia elevar o Palmeiras à condição de líder da competição teve efeito inverso e tirou a equipe do G4.

A preguiça tem sido tão grande que o Palmeiras foi o primeiro time a sofrer três gols do Sport como visitante, nesta temporada. Nem mesmo nos fracos Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste os rubro-negros de Recife haviam conseguido tal feito. A última vez que eles haviam comemorado três gols longe da Ilha do Retiro havia sido em julho do ano passado, diante do Coritiba, que, posteriormente, acabou rebaixado à Série B.

É claro que não estamos nem perto de ter o mesmo destino dos paranaenses. Porém, o comportamento mimado de todo o time nos dois últimos compromissos nos afasta de qualquer conquista. O comodismo da comissão técnica, que na maioria das vezes troca seis por meia-dúzia e se esconde atrás de nome badalado (leia-se Lucas Lima) ao invés de dar oportunidades a quem se recusa a calçar pantufas (leia-se Hyoran) também colabora para isso.

Diferente dos caminhoneiros que desfrutam de prestígio junto à maioria dos brasileiros neste protesto contra o Governo Federal, os empantufados e acomodados só ganham críticas e descrédito da nação alviverde. Para que manifestações não voltem a acontecer entre as avenidas Marquês de São Vicente e Francisco Matarazzo, é hora de tirar as chuteiras, já quase empoeiradas, dos armários e colocá-las em campo.

Pantufas, sombra e água fresca só a partir do dia 14 de junho.