Tonhão! Tonhão, Tonhão, Tonhão!!!

A gente de verde quer ver a divina Academia de Ademir da Guia. Sempre. É tudo corneta que comete crimes contra reputações e empulhações. A princípio, todo Ademir da Guia é Darinta no Palestra. Se for da base, então, é chumbo na casa. Jamais prata dela.

A não ser que você seja Tonhão. Não era Luis Pereira – e ninguém mais será. Mas não era um dos tantos beques sem breques e não-craques que hackeiam e bugam nossos sistemas defensivos desde que me conheço como palmeirense (como gente eu nem sempre me reconheço).

Tonhão estreou na fila. E logo de cara feia de vilão do filme Ghost (como cornetava o Avallone) já a furou não só pelo título de 1993 e pela longa fila de conquistas que seguiram. Tonhão virou o jogo e ídolo por ser um palmeirense que quebra tudo por nós. A bola, a razão, a técnica, a cara, o coração, o rival. O Edilson.

No 11/12/12 que despediu São Marcos, com o Palmeiras de 1999 X Brasil de 2002, mais que o gol de pênalti de Marcos, o Pacaembu vibrou mesmo com o sarrafo que Tonhão baixou no Capetinha depois da caneta que Edilson dera em Ademir da Guia. Coisa do embate eterno entre o Capeta X Divino, Corinthians X Palmeiras, a vida X Tonhão.

Ele é dos nossos. Ele é você que virou zagueiro do seu time. Ele é o cara que rala e não fala. Pode até pisar na bola e na camisa do rival – o que não se pode fazer. Mas já que fez, não foge do pau. Fez coisas que não deveria. Outras que poderia deixou de fazer ou deixou os rivais fazerem. Não era jogador de seleção. Nunca foi craque. Mas foi dos nossos. Como poucos. Por isso é ídolo. Não pelo que jogou. Claro que ser camisa 4 em 12 de junho ajudou. Óbvio que armar a jogada que expulsou Ronaldo facilitou. Ser expulso de modo tão infantil – e injusto – depois do vermelho pro goleiro corintiano poderia atrapalhar.

Mas Tonhão é nosso. Todo time precisa de um. Na hora do vamos ver ele pode não fazer a gente ganhar. Mas não se perde com alguém com ele ao nosso lado. Brigar não é bom. Mas se tem briga, melhor que tenha Tonhão. Tá difícil, tá Tonhão. Não tem jeito, Tonhão tem.

É carisma. Não queira explicar. Quantificar, justificar. Não tem como. Tonhão tem. Ninguém talvez tenha querido ter um Tonhão no time. Mas poucos no meu time são tão queridos quanto Tonhão.

Todo time precisa de um Tonhão. Hoje, no aniversário dele, todo palmeirense precisa de pelo menos um obrigado para quem não só jogou por nós. É nós.