Mauro Beting: ‘Tudo sempre igual, sem variação e repertório – Cerro 0 x 3 Palmeiras ‘

O Palmeiras de Abel Ferreira está numa fase que basta jogar 15 minutos pra virar um jogo complicado, ganhar um clássico no final, ou ir para Assunção e meter 3 a 0 no Cerro Porteño

O Palmeiras de Abel Ferreira está numa fase que basta jogar 15 minutos pra virar um jogo complicado, ganhar um clássico no final, ou ir para Assunção e meter 3 a 0 no Cerro Porteño e praticamente definir a classificação para as quartas da Libertadores.

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Não precisaria, porém, dar o W.O. que deu no primeiro tempo no Paraguai. Quando Weverton nada precisou fazer, mas o Palmeiras completo também não jogou. Único lance memorável foi o escanteio que Scarpa tropeçou no bandeirinha ao cobrar e caiu no gramado. Jogo que teve um ato falho certíssimo da estatística oficial da transmissão da Conmebol. Quando ao final dos 45 minutos soporíferos que pareciam jogo de segunda raiada do estadual foi mostrada a tela de Scouts : apresentando que até então havia 0% de posse de bola 0% de finalização, 0% de falta…

0% de futebol.

E olha que Abel tinha toda a cavalaria disponível. Mas não tão disposta assim.

Parece até que esse time sabia o que estava fazendo. Ou não fazendo. Provocando o Cerro pra tentar jogar, sair mais pro jogo, e assim dar mais espaço no contragolpe. Como aconteceu mesmo no segundo tempo. Parece mesmo (ou se tem a certeza) que Abel tinha um plano. E esse time honra o Palmeiras.

A equipe que nada acertava começou a botar a bola no chão, Scarpa de novo a botar a bola na cabeça de Rony para com um belo peixinho abrir o placar, aos 14. Rony então se igualaria a Pelé na artilharia histórica da Libertadores aproveitando um lindo lance de Veiga com Dudu, com quatro jogadores pisando na área para finalizar, aos 23, numa linda jogada de futsal.

Para fechar a conta com crédito no final do jogo com mais um gol de seus zagueiros. Desta vez, com Murilo aproveitando um cabeceio de Gómez depois da enésima cobrança de escanteio bem ensaiada por parte do time de Abel. Como se fossem os grandes Luís Pereira e Bacharel nos anos 80, com Minelli; como se fossem Mina e Vítor Hugo do Verdão de Cuca em 2016, Gómez e Murilo seguem muito bem atrás e à frente. Levando esse impressionante Palmeiras a quebrar recordes. Ampliando a série invicta como visitante na Liberta desde 2019 (a maior desde 1960 no torneio), e agora igualando-se ao Peñarol de 1996 e ao Vasco de 2001 numa sequência impressionante de oito vitórias seguidas. A maioria por goleada. A grande maioria jogando bem. Ou jogando apenas 15 minutos como foi agora no Paraguai.

É o melhor futebol do Palmeiras no século. E ainda assim pode não ser suficiente na conquista de mais títulos. Mas que este time está dando gosto de torcer, até quem torce contra imagina.

E, muitas vezes, está dando mesmo gosto de ver esse time que “joga feio”, “sem repertório”, dirigido por um “retranqueiro resultadista”.

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