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Último goleiro campeão do mundo pelo Brasil, Marcos se despedia do Palmeiras há 10 anos

Ídolo do Verdão completa uma década longe dos gramados; Relembre a despedida de Marcos em amistoso no Pacaembu

Despedida do goleiro Marcos em 2012 - Foto Fernando Dantas/Gazeta Press
Despedida do goleiro Marcos em 2012 - Foto Fernando Dantas/Gazeta Press

Um dos maiores ídolos da torcida palmeirense se aposentava do futebol há exatos 10 anos. No dia 11 de dezembro de 2012, foi realizado um amistoso no Pacaembu para a despedida de Marcos. O goleiro já havia se pendurado as chuteiras, mas se reuniu com amigos e quase 40 mil pessoas no estádio para o adeus oficial dos gramados.

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O jogo foi uma festa com muitas brincadeiras e descontração para os dois lados. Os convidados eram nada mais nada menos do que os campeões da Libertadores de 1999 pelo Palmeiras e os pentacampeões mundiais pela Seleção Brasileira de 2002. Mas a grande estrela da noite era o ídolo do Verdão.

‘São Marcos’ se emocionou logo na subida ao gramado com seu filho caçula recém-nascido à época, Marcos Vinícius, no colo. Ao seu lado, os dois mais velhos, Lucca e Anna Julia. Antes da bola rolar, o goleiro recebeu vários presentes – dentre eles, uma réplica da defesa do pênalti de Marcelinho Carioca, na semifinal da Libertadores de 2000.

Com o apito inicial, Rivaldo mostrou que não estava em clima amistoso e testou o dono da festa com três chutes fortes, porém, o eterno camisa 12 encaixou todos. O placar estava zerado quando Edmundo foi derrubado na área por Belletti e a árbitra assinalou o pênalti. Os 21 atletas em campo e os mais de 38 mil presentes nas arquibancada suplicaram para que Marcos batesse a penalidade.

– Eu não queria bater o pênalti, não. Falei para o Evair que a torcida tinha saudade de vê-lo em ação. Mas ele falou que a festa era minha, e foram todos lá me buscar, aí ficaria feio eu não ir lá bater. O duro é que no caminho até a área foram me botando pilha, eu comecei a ficar nervoso. E tinha o Dida, meu parceiro de longa data, desde seleção de júnior. Minha vontade era fazer gol de escanteio, de cabeça. Mas não teve jeito. Bati então aquela bola de segurança, no meio do gol, porque sei que é difícil goleiro ficar parado. E o Dida se mexeu antes, me ajudou – disse Marcos.

Jogadores Palmeiras 99 e Seleção 2002 – Foto Fernando Dantas/Gazeta Press

Depois do gol de goleiro a partida ficou mais aberta e o clima de pelada tomou conta do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho. Ninguém mais guardava posição e o ritmo caiu tanto que Marcos pôde tomar seu típico cafézinho ao pé da trave, repetindo o que fez durante um jogo contra os bolivianos do The Strongest, pela Libertadores de 2000.

No segundo tempo, o goleiro realizou seu sonho de jogar de atacante. No minuto 12 da partida, Evair foi substituído por Sérgio e Marcos foi para o ataque. Fora do seu habitat natural, Marcão mostrou porque seu sonho de camisa ‘9’ não foi se tornou realidade. Ele se esforçava. Deu toque de calcanhar, chamou o jogo, mas não teve a chance que queria para marcar com a bola rolando.

Aos 25 minutos da etapa final, o jogo estava empatado em 2 a 2 quando as luzes do Pacaembu se apagaram. Era o indício que os relógios marcavam meia-noite, ou seja, começava o dia de ‘São Marcos’: 12 de dezembro de 2012 (12/12/12). O eterno camisa 12, número que entrou para a história do Palmeiras, pegou o microfone e encerrou a festa com um discurso.

– Queria fazer alguns agradecimentos especiais. Primeiro a Deus, pela carreira que me deu. Ao meu pai, que me ensinou a amar o futebol, e à minha mãe, que me ensinou a amar o Palmeiras. Aos meus irmãos, que foram meus primeiros treinadores, chutando bola em mim no terreirão ao lado de casa. Gostaria de agradecer à minha mulher, que sempre esteve comigo, nos momentos bons e principalmente nos ruins. Aos meus filhos, Lucca, Anna Julia e Marcos Vinicius. Tem muito momento na vida que a gente pensa em desistir, mas lembra dos filhos e resolve seguir em frente. Agradecer aos jogadores, que desmarcaram coisas importantes para estarem aqui. Agradecer a todos os meus treinadores, principalmente o Felipão, que está aqui hoje. Agradecer aos meus ídolos, Velloso e Sérgio, que me ensinaram muito. Agradecer também aos patrocinadores e organizadores da festa. Gostaria também de agradecer a todos os torcedores do Palmeiras. Eu queria falar algo especial para a torcida: quando saí de casa, meu sonho era ter sucesso, claro, mas o mais importante era conquistar o torcedor do meu time de criança, que é o Palmeiras. Eu queria que vocês tivessem orgulho de mim, porque eu estava em campo defendendo vocês. Saio de campo realizado e com sensação de dever cumprido. Pra mim, foi uma honra vestir a camisa da seleção brasileira e, principalmente, da Sociedade Esportiva Palmeiras. Peço que vocês nunca se esqueçam de mim, porque eu nunca vou me esquecer de vocês. Muito obrigado. – finalizou Marcos.

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