Um mês de #PalmeirasEmCasa

Não parece que foi ontem. A memória já se confunde ao tentar buscar quando foi a última vez. Nunca será comum tanto tempo de abstinência. Uma quebra abrupta de rotina, um fim inesperado e uma ausência impossível de suprir. Por alguns dias, buscou-se o passado. Agora, é só o sonho de futuro. Ainda que ele pareça tão distante.

Um mês sem Palmeiras é como o anacronismo da literatura. O tempo que não se conta em horas. Que não se entende literal. A saudade super dimensiona os sentimentos e faz tudo ficar muito mais difícil. Era saborosíssimo de assistir um Palmeiras e Inter de Limeira, insosso e adorável zero a zero. Parecia ruim, mas seria hoje como assistir à seleção de 70.

Questionar a intensidade de Ramires seria tão bom quanto debater Schopenhauer com a mulher que se ama. Luxemburgo de óculos coloridos merecida a recepção de Vanderlei anos 90 com suéter vermelho. Uma quarta feira fria e chuvosa pra ver o time B contra o lanterna do Paulistão carregaria consigo 40 mil alucinados para sentir de novo tudo aquilo.

Os últimos anos em que fracasso era ser o segundo melhor do país criaram um bolha que a saudade desfará. Em dias e dias, a melhor parte de torcer ficou esquecida em razão do cego desejo de vencer. Ter suas cores em campo não era mais um ritual mágico. Talvez esteja nesse ainda longínquo reencontro a chance de retomar o crème de la crème de ter o coração acelerado por um escudo.

Um dia, um mês. Um ano? Não se sabe o quanto tempo levará para que seja possível ter um dia de Palmeiras. Há que se tirar proveito desse desejo e preparar uma fase nova, bonita e gostosa de se viver. Nascidos do fim, o palmeirense e o Palmeiras sabem se sobressair do caos.

Essa será só mais uma vez.

  • O Nosso Palestra apoia a campanha #PalmeirasEmCasa. Vamos vestir nosso manto de dentro das nossas casas, e mostrar que iremos vencer mais essa batalha!