Um pós nada

A missão é sempre retratar o que aconteceu de bom, e de ruim também, em um jogo. Trazer nossa visão, os aspectos que vão além do campo e da bola. Esse espaço existe pra analisar, pra criticar, pra celebrar e, dias aqui e acolá, torcer um pouquinho. Chegamos ao dia que será um pós nada. Um pós tristeza. Um pré caos.

O Palmeiras foi a campo para sobreviver, talvez não no campeonato, mas não manutenção de um clima minimamente razoável para pensar calmamente no próximo ano. O Palmeiras saiu de campo com a certeza de que nada sobrará de relevante para o que vem adiante. Nada de bom, ao menos.

Sobram reflexos ruins de uma equipe que inexiste. Que corre, sim. Que briga, sim, mas que não é capaz de existir minimamente. Vive de relances, de briga, de disputa, de força física. É tenso assistir esse Palmeiras. Ele te enerva por ser inquieto e ineficiente. Ele te entristece por ser cabisbaixo e pouco inteligente. Ele te magoa por não ser um time.

A direção de futebol se intitula magoada, mas celebra a manutenção de um trabalho que não acontece, que não progride. O alto comando sequer aparece por aqui. Ele não se dá ao esforço de olhar nos olhos dos poucos mais de 22 mil insistentes e corajosos alviverdes que encaram a fortuna cobrada e disputa por nada para virem incentivar.

É tudo muito pobre, muito frio, muito feio, muito pouco. É desesperançoso e frustrante. É bem como um fim de tarde com vento frio e coração gelado do Allianz Parque. É o sintoma de Grêmio dois, Palmeiras um. É a prévia do caos.