Uma noite de Beatles

A terra dos vice campeões da Europa é a cidade do maior conjunto musical que a Inglaterra, exceto a controversia Stones, já viu surgir e caminhar sobre a Abbey Road e lotar as arquibancada do Anflield sem saber dar dois toques na bola. 

Na Ucrânia, a frivolidade de uma pessoa que em nada honra os grandes Sérgio que tanto fizeram pelo alviverde, encerrou a noite vermelha que entoou, aos berros e lágrimas que seus homens em campo jamais caminharão sozinho. Talvez isso tenha sido um prelúdio, uma inspiração e um recomeço. 

Em dia de Champions, o que toca o coração fica na Pompeia e veste verde. Era noite de Allianz Parque contra aquele que deu ao templo uma alcunha nada agradável em sua inauguração. Águas passadas. Ananias que mora com Deus. 

Ousado como foi aquela Chapecoense, o Sport começou a partida com o intuito de jogar, de se aproveitar do time leve e sem centroavante de Roger. Foram minutos iniciais de um belo primeiro tempo com dois times quiseram jogar. 

Até que aos 30, pouco mais tempo do que o genial Salah pode ficar em campo, Keno inaugurou o placar após bela jogada de Lucas Lima, Dudu e Diogo Barbosa. O jogo passava a ter controle verde, ainda que tímido, mas já menos aberto. Parecia se encaminhar uma boa vitória. 

Bem mais incisivo que o time de Klopp após a saída de seu craque, o Sport começou bem a segunda etapa e logo aos 6 minutos encontrou o gol de empate com Anselmo, a famosa lei do ex. Mais implacável do que as pataquadas de Karius, o goleiro vilão. 

O Palmeiras tinha uma coisa só: a torcida. O motivo dessa comparação desde o início do texto. Desde os nomes dos jogadores sendo cantados até os momentos de maior festa com o gol de Keno ou o de problema com o gol de Anselmo. De bola mesmo, a coisa não funcionava. 

Aos 30, não houve torcida que suportasse. Anselmo dividiu com Keno na entrada da área palmeirense e com a sobra de bola, anotou o segundo dos nordestino em chute cruzado com Jailson não conseguiu espalmar para fora. Era a virada. O único time de vermelho que vinha tendo sucesso no sábado. 

Ao contrário de Klopp que dependeu de Lallana, Roger teve Hyoran que foi além do nome de craque e, na vaga de Lucas Lima, empatou o jogo aos 37 minutos num chute ao melhor estilo Mo Salah. De canhota, colocado, na gaveta do ótimo goleiro Magrão. Ah, se fosse o dos Reds.. 

Pena que a noite de Karius era do outro lado, era com Jailson. Aos 41 minutos, Marlone cobrou escanteio que passou pela saída em falso do pantera e encornou a cabeça do ex, mais uma vez, mas agora com Rafael Marques que respeitosamente não comemorou. 

Mas que jogo louco, meu amigo. Não tem Champions no mundo que tenha uma noite dessas. Aos 50 minutos, Dudu foi derrubado na área e o juiz marcou pênalti. Como esse roteiro naturalmente acabaria em música dos garotos de Liverpool…

Magrão defendeu. Fim de jogo. Vitória do Sport.

“Help, I need somebody

Help, not just anybody

Help, you know I need someone, help!”

Ai, Palmeiras.