Uni-Duni-Tê, minha vergonha foi você

Uma brincadeira de péssimo gosto

Era melhor ser criança e não presenciar essa vergonha. Nem com um sorvete colorê a tarefa seria menos azeda. O trem da alegria passou pela Pompéia e levou vocês pra um jogo que mais parecia monitoria de escola infantil. Controlar meia dúzia de recém saídos do maternal que mal sabiam que a viagem do Rio pra São Paulo levava 50 minutos de voo.

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Onde andaria meu sonho encantado?

Se todos os rubro-negros que foram ao Allianz Parque somassem suas idades, o Palmeiras teria mais tempo de vida. Ou quase isso. Eles devem ter ouvido falar de grama sintética, mas jogar? Alguns nem sentiram o cheiro do Maracanã. Eles viveram o sonho encantado de jogar na Série A, num estádio lindo, contra um time detestável. Aquele que juram estar no caminho certo.

Sonho encantado onde está você?

O tempo do aquecimento pré-jogo não foi suficiente sequer para deixar o mingau em boa temperatura. Como uma visita furtiva de uma criança que chega, pega seu presente, dá uns chutes nos armários, zomba da sua cara e sai gargalhando, o Flamengo fez morada na casa Alviverde. E saiu com a moral lá em cima. E se não zombou do adversário, foi bonzinho. Criança, né.

Infância! Onde a fantasia vai entrar na dança!

Eles poderiam ter brincado de Adoleta dentro da pequena área. O cruzamento livre, a finalização sem qualquer contestação. A bola não era batata quente, dava pra ter tentado afastá-la. De repente, era um carinho com os pequenos, é importante dar exemplos de alegria e felicidade pros mais jovens. De pai pra filho.

Eu quero é mais brincar, eu quero ser criança!

Bonito também foi o exemplo de coletividade. A bola que pertence a mim pode pertencer a você. E a todos os coleguinhas. Ninguém precisa ser decisivo, coisa feia essa aí de fazer algo diferente. As crianças precisam entender que, se brigar com o amiguinho, vai sair do parque. Vai ficar no banco de castigo. Se amarelar, vai pro cantinho pensar na vida. E o terror continua. E nada muda.

Uni-Duni-Tê, que vergonha de você.

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