Venha para o lado verde da Força

Não tem outra série no cinema em que nossos heróis envelheçam em carne, osso e celuloide como STAR WARS. Não tem outra série como ela. Embora eu seja mais fã do Darth Vader que da saudosa Princesa Leia e do que Luke Skywalker, vê-los em ação, e não apenas por ser as últimas cenas deles no novo filme, depois de 40 anos da primeira vez, não os envelhece como clássicos que são. Talvez nos tornassem apenas mais velhos ainda do que somos os meninos que nos cinemas de 1977 provavelmente tenham sentado no corredor de uma sala quente. Quando se vendiam mais bilhetes que assentos. Quando eram horas na fila por lugares não numerados mas muito bem remunerados.

Quando de fato não éramos mais jovens. Éramos apenas menos passados. Porque quando entra a marcha triunfal de John Williams, os créditos de STAR WARS, e a introdução nas letras deitadas que explicam parte da história, não há adulto que não vire uma criança menor do que eu era do baixo dos meus 11 anos em 1977. Não há vez que eu não chore ao lado dos meus filhos que veem a série como eu a vejo. Como se fosse pizza. Se é ruim ela é boa. Se o filme não é tão bom ele é maravilhoso. Se é o Jar Jar Binks ele pode ser Lord Vader.

STAR WARS não é sobre guerra e nem estrelas. É o tempo que passa para confirmar que a gente lá no fundo é o mesmo. Uma criança que vê a luz num sabre.

Você vai ao cinema como veste a camisa do seu time para ver qualquer jogo no estádio. É um ritual que independe do resultado final. Até pros caras ruins a gente torce. Deveria ser permitido levar uma bandeira para sala de exibição.

Eu não gosto de STAR WARS. Eu torço por eles. Ver esse time junto desde o sub-20 até eles partirem ou pendurarem as chuteiras dói. Como foi quando o Divino parou sem se despedir – no mesmo 1977 do primeiro filme. Exatos 58 dias depois do último jogo dele a obra entrou em cartaz no Brasil. Desde que o filme estreou nos EUA, em maio de 1977, Ademir não marcou mais gols.

Dor de perda como foi quando o Marcão nos defendeu como último Jedi em 2012.

Eles são nossos heróis que nos ajudam a ficar mais crianças quando torcemos por eles.

Vá ao cinema torcer por STAR WARS. E leve as crianças. Todas elas.