Rodada 23 do BR-16: Palmeiras 2 x 1 São Paulo
Sete de setembro de 2016, no Allianz Parque.
O Palmeiras estreou na Copa do Brasil de 2016 no final de agosto, com time misto, contra o Botafogo da Paraíba. Três a zero, em casa. Mas toda a atenção do clube estava voltada para a sequência de morte no Brasileiro. Gabriel Jesus estava com a Seleção principal. Debutou marcando dois gols e vencendo o Equador por 3 a 0, na estreia de Tite, fora de casa. No segundo jogo, venceu a Colômbia, em Manaus. Gabriel foi bem. Mas não teve tempo para celebrar. Pegou o avião particular do presidente Paulo Nobre e voltou para São Paulo para dormir um pouco e estar à disposição (e que disposição!) de Cuca para o Choque-Rei no Allianz Parque. No primeiro dos cinco jogos em que o STJD punira o clube pelos bestas que causaram confusão em Brasília contra o Flamengo. Cinco partidas com o Gol Norte fechado.
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E foi mesmo pelo alto e avante que o Palmeiras mostrou sua força! No comecinho do segundo tempo o São Paulo fez o primeiro gol deles depois de duas goleadas sofridas na nossa casa. Chávez, em belo lance do ex-palmeirense Kelvin.
Mas o Palmeiras tinha motivos para celebrar e virar. Como Alecsandro. Foi comprovado que o doping dele que o afastara dos campos era o chamado falso positivo. Ele não tinha culpa alguma. Em breve estaria de volta ao time. E o Palmeiras em breve voltou ao jogo. Por cima. Dias depois das obras terminadas na Academia, que elevaram a altura do muro que separa o centro de treinamento palmeirense do CCT do São Paulo. Agora nenhum lado consegue se ver. O Palmeiras tinha elevado o nível da separação física entre eles.
A superação física se viu no empate. Cuca lançou Gabriel Jesus em campo quatro minutos depois do gol deles, menos de 24 horas depois de ele jogar pela Seleção. O menino de milhões que já estava vendido para o Manchester City. Mas que não se entrega. Ou deixa tudo pelo Palmeiras. Como Moisés que joga e corre por todos. Em menos de dois minutos o empate. Mina sobe tanto que precisa encolher a cabeça para empatar na falta cruzada por Jean, como constata o fotógrafo do clube, César Greco. O colombiano estava impedido, a TV mostrou. Mas nenhum são-paulino contestou na hora. Questão de centímetros.
Os mesmos que diferenciam o zagueiraço dos rivais. E também dão ainda mais vantagem ao tempo de bola, técnica de cabeceio e impulsão de Vítor Hugo. Ele aproveitou outro cruzamento de Dudu que jogou muito bem na direita, no segundo tempo, para virar o placar e quase ter as costas quebradas pelo abraço que ganhou de Mina.
Resultado que só não foi maior pela ótima atuação de Denis. O Palmeiras teve nove chances de gol e garantiu a vitória que manteve os três pontos de vantagem sobre o Flamengo. E ampliou o saldo de confrontos na nova casa contra o rival: 9 a 1 no agregado de três clássicos.
Vítor Hugo celebrou o gol com a cambalhota que bem representou a virada no Choque-Rei e a própria virada do clube que, segundo o ex-presidente que renunciou da agremiação que levou a virada, “estava se apequenando”. Isso em 2014.
O cartola não aprendeu que gigantes caem, mas não se rebaixam. Muito menos se apequenam. Como sabe quem vai ao Allianz Parque, conhece quem é sócio-torcedor, tem ciência quem vê a camisa tão bem paga, e, mais que tudo, torce pelo time líder que tem, e pelo banco com crédito que não tinha há décadas.
Ainda assim esse torcedor não deixa de fazer contas.
Não vou contar que foi meu amigo Serginho que me abraçou na saída do estádio e abriu o sorriso e disse: “46 pontos! Já não caímos mais!”. Isso é tão Palmeiras quanto o Divino Ademir da Guia, São Marcos, Matador Evair, Pai da Bola Fiúme, Capitão Junqueira, Dudu, corneta, amendoim, periquito, porco… E derrotas que o Palmeiras recente tinha em jogos como esse. Vitórias que o Palmeiras volta a ter. E, mesmo quando não as tinha, não era por se apequenar.
Era porque futebol é assim. Mas tem gente pequena que não entende. Não por não saber de futebol. Mas por não entender de gente. E tentar medir os outros pela falta de regra e de régua.