Virando o jogo em 3 de setembro
O primeiro título que lembro foi bebendo Guaraná caçulinha que sobrou da minha festa de 6 anos. 3/9/1972. Palmeiras campeão paulista invicto no empate sem gols contra o São Paulo.
Mais 14 anos, 3/9/1986, Kita fez 1 a 0, Denys falhou e foi 2 a 0, Amarildo diminuiu, a bola do Éder raspou a trave no fim. No Morumbi, Inter de Limeira 2 x 1, achei que não veria mais título na vida. Na madrugada, nosso goleiro Martorelli chegou em casa arrasado, a mulher tinha ficado nervosa, a criança chegou antes da hora.
Mais 12 anos. 3/9/1998. A bolsa da mãe rompeu na véspera, meu aniversário. 16 horas de trabalho de parto. Até que o que havia sido o dia do primeiro título em 1972 e o do maior vexame em 1986 vira um eterno 3 de setembro de alegria. Nasceu meu mais velho. Luca.
Faz 20 anos. E parece que foi ontem. Os 46 de 1972 parecem décadas. Os 32 de 1986 parecem flagelos no inferno. Mas os 20 do meu mais velho só me deixam mais novo.
Até porque mostram que não têm derrotas definitivas como a de 1986. Ela serviu para crescermos. E deixar 12 de junho de 1993 ainda melhor e maior. O 3 de setembro de 1998 virou o jogo. História. Alegria eterna.
Não é só uma partida. É o jogo da nossa vida. Com vitórias e invencibailidades como 1972. Derrotas e vergonhas como 1986. E a alegria de ser pai mais do que ter filho como 1998.