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Wendel elogia estrutura das categorias de base do Palmeiras e dá conselho para Endrick

Ex-atleta do Verdão conversou com o NOSSO PALESTRA, exaltou trabalho de Abel Ferreira e comparou sua trajetória com Gabriel Menino

Wendel fez mais de 200 jogos pelo Palmeiras (Foto: Cesar Greco/FotoArena)
Wendel fez mais de 200 jogos pelo Palmeiras (Foto: Cesar Greco/FotoArena)

O Palmeiras possui atualmente no elenco profissional cerca de 30% do plantel composto por jogadores das categorias de base do clube, consequência da reformulação no setor de formação de atletas na última década. No entanto, se engana quem pensa que a base do Verdão não viveu bons momentos no passado. No início dos anos 2000, o time alcançou o vice-campeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior, e posteriormente revelou nomes como Wendel, Vagner Love, Elias e Diego Cavalieri.  

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O NOSSO PALESTRA conversou com o ex-lateral Wendel visando entender a mudança da postura do clube com relação as categorias de base e o sucesso dos jovens na equipe de Abel Ferreira. Para o ex-jogador, o processo é fruto do crescimento do investimento na área.

– O Palmeiras naquela época tinha muita qualidade, muitos jogadores que poderiam ter tido mais oportunidades, mesmo assim nos vemos que tivemos chances. Eu, Francis, Ilsinho, os goleiros Bruno, Cavalieri, Deola, Edmilson, Vagner Love. O que mudou é que hoje tem mais investimento, estrutura, naquela época era boa, mas hoje está muito melhor – destacou o antigo lateral do clube.

– Quando um jogador chega em um clube bem estruturado, o atleta tem mais confiança. Tem a proteção dos jogadores mais velhos e toda a estrutura em volta. Os frutos são colhidos de maneira muito melhor – acrescentou.

Com 203 jogos pela equipe no currículo, o ex-jogador é o 82º jogador que mais entrou em campo na história do Verdão, onde venceu o Campeonato Paulista 2008 e da Série B do Campeonato Brasileiro 2013. Polivalente, também atuou boa parte das duas centenas de jogos improvisado como lateral.

Essa situação é muito semelhante com a de Gabriel Menino, um dos destaques da equipe em 2023. Assim como Wendel, o camisa 25 é meia de origem, mas viveu boa fase como lateral-direito, sendo inclusive convocado para a Seleção Brasileira. Para o ex-atleta, o jovem jogador do Verdão possui diversas semelhanças com sua trajetória no clube.

– Sim (enxergo nele um pouco de mim no passado), muitos já falaram isso. O Gabriel é um volante de origem, assim como eu, mas que tem q qualidade e sabe jogar como lateral, é um atleta versátil, que vive bom momento. No futebol quando você tem confiança, a produção aumenta, e ele vive um excelente momento – analisou.

Wendel em ação pelo Palmeiras (Foto: Divulgação Palmeiras)

Outro nome mencionado pelo antigo Cria da Academia foi o do atacante Endrick, de 16 anos. Vivendo seca de gols e buscando a primeira bola na rede em 2023, o veterano deu conselhos para a jovem promessa superar a má fase. Acostumado com a pressão de atuar no Verdão em tempos de vacas magras, Wendel acredita que a falta de um meia de criação ao lado de Raphael Veiga prejudica a produção ofensiva do atacante negociado com o Real Madrid.

– Jogar no Palmeiras é sempre uma pressão, seja dentro do elenco para lutar por uma vaga entre os titulares, na imprensa que pega no pé, na torcida, da diretoria e comissão técnica, além da psicológica. O Endrick é um fenômeno, que tem um potencial gigantesco, na hora que time encaixar, vai abastecer mais. A saída do Scarpa foi prejudicial ao Endrick, ele abastecia muito o ataque – recomentou ao atacante de 16 anos.

Wendel fez seu primeiro jogo pelo time profissional do Palmeiras no confronto de ida das oitavas de final da Libertadores de 2006, diante do São Paulo. O placar acabou empatado em 1 a 1 no antigo Palestra Italia. Diferentemente de Endrick, que estrou aos 16 anos, o ex-jogador tinha 24 anos quando pisou no gramado do Verdão pela primeira vez como profissional.

Além da estreia em Libertadores, o atleta também menciona o Campeonato Paulista de 2008 como um dos pontos altos da carreira. Mais especificamente na semifinal contra o São Paulo, quando o jogador vez a principal jogada de sua carreira. Na ocasião, o jogador puxou o contra-ataque e poderia ter feito o gol da classificação à final, mas optou por rolar a bola para o chileno Valdivia.

– O passe para o Valdivia contra o São Paulo em 2008 é um dos momentos mais marcante da minha trajetória no clube. O torcedor me vê e já relembra esse lance, fala que o passe vale mais do que o gol (risos).  Sem dúvidas um dos momentos mais marcantes. Mas também tenho com muito carinho minha estreia como profissional, também contra o São Paulo, nas pitavas de final da Libertadores, em 2005, no Palestra Italia.  

Assistência de Wendel para gol de Valdivia na semifinal do Campeonato Paulista de 2008 (Vídeo: Reprodução / SporTV)

Confira outros pontos destacados por Wendel em sua entrevista ao Nosso Palestra:

IMPORTÂNCIA DE VANDERLEI LUXEMBURGO

Treinado por Vanderlei Luxemburgo no Palmeiras durante a conquista do Campeonato Paulista de 2008, Wendel revelou que ‘Luxa’ foi o principal técnico que teve ao longo da carreira. Além dos elogios ao ex-treinador, também mencionou que outros atletas com longa trajetória no clube também possuem a mesma opinião.  

– Eu estava no jogo de despedida do Zé Roberto e vieram os grandes ídolos do Palmeiras, e conversando, todos responderam que o melhor treinador que eles já tiveram foi o Luxemburgo. A condição técnica, tática, foi o melhor. Na minha opinião foi o melhor que eu já atuei – disse.

Wendel e Luxemburgo durante treinamento do Palmeiras (Foto: Divulgação / Palmeiras)

TAMANHO DE ABEL FERREIRA NA HISTÓRIA DO PALMEIRAS

Ainda relembrando o trabalho de Luxemburgo na história do Verdão, Wendel disse que Abel Ferreira se encontra no mesmo nível do antigo ídolo. Ao destacar que o português não tem à disposição um elenco tão qualificado como os planteis da ‘Era Parmalat’, o ex-atleta elogiou a preparação da equipe para sair de situações adversas ao longo das partidas.

– O Abel está nesse nível do Luxemburgo. Eu não gosto de falar que já superou ou já ganhou. Vou colocar Abel, Luxemburgo e Felipão no topo, ao lado com o Oswaldo Brandão, que são os maiores mesmo. O Abel está de parabéns, o time de hoje não tem a mesma qualidade em relação ao da Parmalat, mas ele sabe extrair o melhor do time, o esquema para usar, um treinador que mantém um equilíbrio. Não importa o contexto o time está bem estruturado, frio e superar as situações adversas – concluiu.

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