Wendel relembra Choque-Rei de 2008, elege os melhores do Palmeiras e diz que até hoje faz abdominais da Solange Frazão
(Foto: Fernando Santos/FolhaPress)
Neste domingo (7), Palmeiras e São Paulo se reencontrarão numa semifinal de Campeonato Paulista depois de 11 anos. Em 2008, o duelo foi marcante, recheado de histórias curiosas e inesquecíveis, além de uma rivalidade aflorada e um tanto apimentada.
O grande personagem daquele encontro foi o polivalente Wendel, que sacramentou o placar de 2 a 0 no antigo Palestra em uma assistência para Valdívia no fim da partida, dando origem à sua marca registrada: “um passe vale mais que um gol”.
Nós do JOGUEINASEP tivemos a honra de fazer um bate-bola bem descontraído com esse grande atleta sobre esse Choque-Rei e outros casos de sua história de 203 jogos pelo Alviverde. Confira o resultado do encontro:
JOGUEINASEP:Wendel, seu melhor companheiro na dupla de volantes foi o Francis?
WENDEL: Sim, o Francis foi um dos melhores. É também um grande amigo. Tivemos uma boa passagem, éramos comparados ao Mineiro e Josué, do São Paulo. Cito também o Pierre e o Martinez como os melhores.
Em 2007, foi o ano que você mais teve jogos pelo Palmeiras, comandado pelo Caio Junior. Nos treinos, quando o Edmilson Canhão do Pantanal ia bater uma falta, você ficava na barreira?
Não, não, aí a gente colocava a barreira móvel, eu não arriscava não, melhor arriscar na hora do jogo valendo três pontos. Mas bem lembrado, em 2007 fui o jogador com mais atuações, com 51, até mais que o goleiro na época, o Diego Cavalieri. Caio Junior que me escalou de lateral-direito, pós saída do Paulo Baier.
Você estreou num Palmeiras e São Paulo pela Libertadores, comandado pelo Marcelo Vilar, seu técnico até então no Palmeiras B. O que você tem a dizer sobre ele?
Ele foi um presente de Deus, por confiar no meu trabalho e por me dar essa oportunidade, e o Tite também foi muito importante em acreditar no meu trabalho e elogiar minhas atuações.
Em 2008, segundo jogo da semifinal do Paulista contra o São Paulo, você entra no lugar do Diego Souza, na metade do segundo tempo. Qual foi sua sensação de entrar nesse momento crucial da partida?
A gente já fica atento, aquecendo, e ansioso para entrar, garantir o bicho. Quando o Vanderlei chamou, já sabia o que fazer. Era um time forte e eu fazia tanto o primeiro quanto segundo volante, além da lateral.
Jogo quase no fim, você arranca pela esquerda e só tinha o Valdívia ao lado e o Rogério à frente. Se fosse outro jogador no lugar do Valdívia, você também teria dado a assistência ou arriscaria um chute ao gol?
Não, naquele momento do jogo, caso empatasse, o resultado era do São Paulo, então temos que pensar no melhor para a equipe. O Rogério fechou bem o canto da finalização, então fingi um chute e rolei para o Valdívia fazer o gol.
Em 2014, como foi aquele momento após o jogo contra o Atlético-PR no Allianz?
Ficamos muito aliviados, depois de muita apreensão. Ainda conseguimos o empate, e alguns ficaram no campo, pegando informações com os repórteres. Quando cheguei no vestiário, vejo o Paulo Nobre e alguns atletas abraçados e orando pela permanência na Série A, sacramentada naquele momento.
Você tinha uma história de um caderninho, onde controlava suas presenças pelo clube. Você chegou a corrigir o Palmeiras quanto ao número de suas atuações. Como foi isso?
Sim, eu fazia esse controle, até engraçado que eles chegaram e me falavam que eu tinha 99 jogos, mas na verdade já era o jogo número cem, graças a esse caderninho.
Atualmente você está em forma, bem preparado. Você ainda faz as abdominais da Solange Frazão?
(Risos) Sim, eu ainda faço as abdominais, o Fernando Prass até hoje me chama de Solange Frazão. Outros me chamam de Soldado, por gostar das flexões. Na época, disse que via as revistas Boa Forma e tal, e também os vídeos da Solange Frazão.
Hoje você faz faculdade de educação física, sonha em um dia trabalhar no Palmeiras?
Sim, faço Educação Física na faculdade São Paulo e eu quero ser preparador físico, começar na base, participar dessa fase de transição e espero conseguir alcançar esse objetivo.
Você ainda tem contato com alguns atletas atuais do Palmeiras?
Sim, o Prass, o Jaílson e o Victor Luis tenho mais contato. Estou sempre nos jogos, participei da festa do deca e tenho visto o Felipão também.
O gol mais importante do Valdívia no Palmeiras foi graças a você, ainda tem falado com ele?
Não, preciso pegar o novo número dele, mas vou à caça. Ele me deve essa viu, bem lembrado. Fazia cinco anos que não ganhávamos do São Paulo. Onde vou sempre lembram dessa jogada, fizeram até uma bandeira sobre esse lance. “ Um Passe vale mais que um Gol”
E, pra você, um passe vale mais que um gol?
Lógico, não fui muito de fazer gol, mas era um jogador com mais assistências. Sempre marco ou dou assistências no masters do Palmeiras.
Nesta semana, o Felipão fez uma seleção com os melhores jogadores que treinou. Qual seria sua seleção, dos que jogaram com você? Lógico que a camisa 8 é sua.
Ah! Eu faria uma convocação. Goleiros: Marcos, Prass e Cavalieri. Lateral-direito: Paulo Baier, era um maestro. Na zaga: Nem e Henrique, gostava muito deles. Lateral-esquerdo: Leandro Bochecha. Primeiro volante pela história e respeito, o Pierre, eu com a 8. No meio: Juninho Paulista e o Diego Souza. No ataque: Vagner Love e Kleber Gladiador
Domingo agora o Palmeiras reencontra o São Paulo. Qual o seu placar e quem dará a assistência para o gol da classificação?
No jogo passado eu comentei por uma rádio e acertei o placar. Será 2 a 1 para o Palmeiras e a assistência do segundo gol será o Lucas Lima.