Zequinha empata no último lance: Palmeiras 2 x 2 Corinthians, Robertão-67

 

“Raça” (que também pode ser “sorte”), muitas vezes, na imprensa, é sinônimo para um time que faz gol no último lance. Quando o gol é do maior rival palmeirense, usualmente ganha poderes ainda mais sobrenaturais. Mas quando é o próprio Verdão que faz o gol no último minuto, nem sempre a proeza (ou mera sorte) se destaca com as mesmas tintas e linhas. Ainda mais quando o rival é o próprio Corinthians. E mesmo com um homem a menos, com a expulsão por reclamação de Suingue, dois minutos antes do final da partida.

 

Zequinha foi o autor do gol de empate aos 45 minutos do segundo tempo do 2 a 2 pela segunda rodada do quadrangular final do primeiro Robertão. Na noite de quarta-feira, no Pacaembu, o time de Rivellino ganhava de virada por 2 a 1 até sofrer o gol que encaminharia o título, quatro rodadas depois.

 

Ainda sem Ademir da Guia (contundido no tornozelo esquerdo), sem Servílio e Djalma Santos (sem contrato), Aymoré mexeu no time que vencera no domingo o Inter, em Porto Alegre. Mandou a campo uma equipe mais ofensiva. Jair Bala atuou mais atrás, no meio-campo, no lugar de Suingue. Rinaldo compôs mais uma vez a intermediária no 4-3-3 proposto. Na frente, a opção de força e velocidade com Dario e Gallardo pelas extremas, e o retorno do goleador César ao ataque, recuperado de lesão na coxa.

 

 

O Palmeiras começou um pouco melhor o Derby. Dario recuava pela direita para dar superioridade numérica contra o excelente meio-campo rival, com o ex-palmeirense Dino Sani (campeão mundial em 1958) e Rivellino (que seria tri em 1970). Mas foi em rara falha de Riva que o Verdão abriu o placar, aos 34. Dario tomou a bola do camisa 10 alvinegro e tocou para César se livrar de Clovis e bater no canto rasteiro esquerdo de Marcial. 1 a 0 Palmeiras.

 

Armando Marques já havia aprontado das dele antes. Aos 24, marcou fora da área falta de Dino em Dario. Seria pênalti. Como foi quatro minutos depois de Ferrari em Dino, que o apitador deixou passar.

 

 

No segundo tempo, Zezé Moreira (irmão de Aymoré) mexeu para melhor no rival. Flávio substituiu Tales no comando de ataque. O Palmeiras recuou demais. O Corinthians cresceu. Dino Sani empatou em cobrança de falta, aos 21, batendo por sobre a barreira no canto direito de Perez. Aos 23, Flávio virou o placar, depois de cruzamento de Gilson Porto, fazendo justiça à melhor atuação e ousadia corintiana.

 

 

Aymoré teve de fazer duas trocas no time. Jair Bala sentiu o tornozelo e cedeu lugar a Suingue. Dudu saiu cansado para a entrada de Zequinha (aos 32 minutos). Justamente quem arriscou de fora da área, depois de jogada de César, e empatou o Derby, aos 45 minutos e 45 segundos, em uma época em que os acréscimos não passavam de um minuto.

 

Perez repetiu a excelente atuação contra o Inter, justificando a titularidade. Dudu, Zequinha, Rinaldo, César e Dario (no primeiro tempo) fizeram boa partida. O Palmeiras mais uma vez passava a impressão de que tinha muito mais bola do que vinha jogando, a despeito dos desfalques sensíveis e das mudanças constantes na escalação.

 

Palmeiras e Corinthians mantinham a ponta da tabela (três pontos) rumo à conquista do primeiro Robertão. No Gre-Nal, empate por 1 a 1. Os gaúchos tinham um ponto em duas rodadas.