O Palmeiras tem um grande time. Campeão, cascudo e vitorioso. Quando esse time, de 11, no máximo 13 nomes, não está disponível, a equipe passa por enormes problemas, tudo em virtude da distância de qualidade, tempo de casa e entendimento que essa segunda unidade possui. Há, inclusive, uma piora em relação aos reservas de 2021. A política escolhida pela direção e pela comissão técnica vai por um caminho de formação e desenvolvimento de atletas, mas isso ainda não aconteceu.
Talvez pela intensidade do ano e das disputas, talvez pela opção adotada por Abel, mas essa ‘equipe alternativa’, a cada vez que é acionada, parece estar muito longe de compreender movimentos, posturas e recursos dos titulares. Eles, de fato, jogam muito pouco, em quantidade, mas me parece serem, de fato, tecnicamente abaixo dos que sempre jogam. Jovens oriundos da base estão sempre no terceiro patamar de escolha, e demoram a receber oportunidade. E existem peças que não demonstram curva de crescimento.
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Fica difícil esperar, nesse momento, que Jorge, Atuesta ou Breno Lopes mudem os rumos de um jogo. E por isso, rodada sim, rodada também, o Verdão fica condicionado aos seus 11 de sempre. Ou eles começam e tentam resolver, ou eles chegam nos minutos derradeiro tendo que subir uma montanha, como a do último sábado. Essa exigência físico-mental vai cobrando seus preços ao longo da temporada. Ainda que ótimos, não são super-heróis que salvarão o dia – todos os dias.
E se temos, torcedores e jogadores, essa ainda resistente vantagem no Brasileirão, é por conta justamente desse time que há três anos, mudando cá ou lá, segue em altíssimo nível. Pode até não ter sido o mais brilhante nesse tempo todo, mas sempre foi quem mais venceu. Não há nessa terra algum elenco que ganhou mais que esse grupo – formado pela soma das direções antiga e atual. Com casca e conhecimento, eles chegaram ao máximo, pra um grande desempenho, e para um grande desgaste.
Com totais condições de viver mais uma noite espetacular de Copa, porque é a grande característica do 1 a 11 que você sabe escalar, o Palmeiras agora precisa se encontrar consigo. Achar suas próprias forças, mobilizar uma vez mais e fazer o que sabe. Passando (ou não), será a última vez que duas competições vão coincidir. Depois, é só Brasileirão, é “só” lutar para sustentar o que foi construído a duras penas nesse torneio tão difícil e cruel. O fantasma de outrora pode até assustar, mas a confiança é maior, e vocês sabem disso.
É de se lamentar, por fim, que o bicampeão da América, por escolha ou suposta necessidade, tenha decidido por municiar pouco o seu grupo. Optado por colher no futuro – ou nem colher. Mas isso é papo para outro dia, já que existe um Brasileirão e uma Libertadores para ganhar. Não será fácil, nunca foi, não é a história do Palmeiras, mas quando torcida e clube se juntam, fica mais curto, o caminho.
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