Arquivos BR-78 - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/br-78/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Tue, 30 Oct 2018 16:16:01 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Quem vive de Palmeiras é quem tem memória https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/quem-vive-de-palmeiras-e-quem-tem-memoria/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/quem-vive-de-palmeiras-e-quem-tem-memoria/#respond Tue, 30 Oct 2018 16:16:01 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/10/30/quem-vive-de-palmeiras-e-quem-tem-memoria/

Haroldo é de Natal. Presente potiguar de belas praias e sol todo o ano. Ele é de 1932. Ano da revolução de São Paulo. Reviravolta mesmo foi quando ele se mudou para a capital paulista. Do sol 365 dias à terra da garoa e da fumaça. Foi em 1951. Ano das Cinco Coroas do Palmeiras […]

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Haroldo é de Natal. Presente potiguar de belas praias e sol todo o ano. Ele é de 1932. Ano da revolução de São Paulo. Reviravolta mesmo foi quando ele se mudou para a capital paulista. Do sol 365 dias à terra da garoa e da fumaça. Foi em 1951. Ano das Cinco Coroas do Palmeiras bicampeão da Cidade de São Paulo. Campeão paulista. Do Rio-São Paulo. Da Copa Rio. Quando o Palestra foi Brasil. O primeiro campeão intercontinental pelo país.

O irmão mais velho do Haroldo o levou ao Pacaembu em 1951. Ficou apaixonado pelo verde e vestiu a casaca. O fraque foi logo depois com Eunice. Prima de segundo grau do Lima que jogou em 1935 no Palestra. Tudo em família.

Nasceram duas palmeirenses. E o caçula, em 1969. O teste do pezinho foi quente. Nasceu campeão do Robertão. Com o nome do pai. Haroldo.

Em 1970 o pequeno Haroldo já torcia sem saber no Palestra. Cresceu com Leão, Luís Pereira e Leivinha. Dono da camisa 8 que sempre vestia nos jogos ao lado do pai. Ele sempre de 10. Divino da Guia.

Estavam juntos quando Ademir entrou em campo com o filho Namir pelas mãos. No jogo das faixas de 1976. 2 a 1 no Corinthians. Show e golaços de Jorge Mendonça. O herdeiro da 8 do pequeno Haroldo. Herança de pai de Natal. Presente de todos os natais dos Haroldos.

Perdeu a final para o Guarani no BR-78. Não sabia que ali se despedia do ídolo Leão. Ali começava Gilmar que era de Presidente Altino, Osasco. Onde eles foram vizinhos por 14 anos.

A alegria dos 5 a 1 de Telê em 1979. A penúria de 1980. Taça sim de Prata. Aparta o Darinta! Fila! XV? Braga? Ferroviária? Que trem é esse?

A estação só mudou em 1993. A Via Láctea da Parmalat fez os Haroldos viajarem por São Paulo. Foram em 30 jogos pelas estradas. O garoto sempre do lado direito para abraçar o pai com a mão esquerda sobre o ombro do Haroldo mais velho.

Dava sorte. Deu certo.

Lado a lado nas vacas magras do novo século até a alegria de 2004. Igual ao pênalti de Marcos de 2000. Tinha mais um palmeirense em campo. Henrique.

Assim foram os três no velho Palestra até 2010. Em 2011 perderam Eunice. Logo depois o seu Haroldo foi perdendo 1951, 1959, as Academias, a memória que só um palmeirense pode ter.

O Alzheimer fez do filho Haroldo o pai do Haroldo pai.

Assim mesmo eles iam ao Pacaembu. Esquecendo a vida. Mas a recuperando pelo Palmeiras.

O que a doença o tirava do ar, aquele mesmo verde que o acolhera em 1951 o escolhera para reavivar a família. Conta o filho:

  • Durante a semana, com a rotina, ele ficava com a cabeça baixa, e normalmente sonolento devido ao medicamento. Mas no sábado ou domingo que eu dizia que iria levá-lo ao jogo ele já mudava…

O velho Pacaembu reanimava Haroldo.

  • Na chegada ao estádio, pedia um sorvete e incrivelmente a memória ativava. A feição com sorriso e a cabeça sempre erguida.

No estádio, com o Palmeiras em campo, independente da fase brava, seu Haroldo conversava com todo mundo, dava risada de tudo, reclamava do juiz e, quando perguntado de algum jogo ou placar, respondia na hora.

O Palmeiras continuava em algum canto perdido do vovô Haroldo. Perdido, não. Ganho.

O time do coração fazia Haroldo mais Haroldo. Mais Palmeiras.

Quando o Verdão voltou para casa, em 2014, meses depois a doença o levou. Em 13 de julho de 2015. Uma semana antes ele celebrou os 4 a 0 no São Paulo, pela TV. Vibrou muito. E ainda pediu a permanência de Valdivia. Nem o chileno e nem o potiguar permaneceram.

Mas Haroldo ainda conseguiu conhecer a casa nova.

Ele voltou ao velho novíssimo lar. Com o neto foi torcer. Na foto estão mais de 60 anos de família unida pela cor e pelo credo. O filho Haroldo tirou a foto. Desta vez ele não estava do lado direito do pai. Mas havia o velho Haroldo imitando o gesto de sempre da mão no ombro esquerdo.

Não era o filho dando a mão ao pai. Era o avô dando ao neto o legado das gerações.

A memória do vovô Haroldo não era mais a mesma. Mas eu jamais vou esquecer quem eu não conheci.

Não é preciso ser Palmeiras para entender uma tradição de família. Basta ser torcedor para sacar que o código genético ainda não foi decifrado. Mas a genética futebolística não precisa de explicação.

É só ir a um estádio. Qualquer um. É só ensinar uma camisa, um hino, uma bandeira, alguns nomes.

O seu bastão foi passado. Basta.

Obrigado, vovô Haroldo, pelo Haroldo e pelo Henrique.

Ali é Palmeiras. Aqui é a memória.

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Amarcord: Bahia 1 x 1 Palmeiras, BR-78 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-bahia-1-x-1-palmeiras-br-78/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-bahia-1-x-1-palmeiras-br-78/#respond Sun, 16 Sep 2018 13:00:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/09/16/amarcord-bahia-1-x-1-palmeiras-br-78/ https://youtu.be/RoiI4SA8qRo Quartas-de-final do BR-78. Na ida, Palmeiras 2 x 1 Bahia, dois gols do grande baixinho artilheiro Toninho. Beijoca diminuiu e deixou o Tricolor com chances de classificação na volta, na Fonte Nova cheia com 80 mil pessoas. RelacionadasPalmeiras x Internacional: escalações, arbitragem e onde assistir Como assistir ao jogo entre Palmeiras e Internacional pelo BrasileirãoFora […]

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https://youtu.be/RoiI4SA8qRo

Quartas-de-final do BR-78. Na ida, Palmeiras 2 x 1 Bahia, dois gols do grande baixinho artilheiro Toninho. Beijoca diminuiu e deixou o Tricolor com chances de classificação na volta, na Fonte Nova cheia com 80 mil pessoas.

Mas o centroavante baiano saiu lesionado aos 17. O mesmo Beijoca que, no ano seguinte, entrou para levar algum palmeirense expulso nessa mesma fase da competição e acabou quebrando o dedo e só ele acabou excluído, no mitológico Palmeiras 4 x 1 Flamengo, no Rio, pelo BR-79. Papel ridículo de um grande e gozado goleador.

Sem Beijoca por quase todo o jogo de volta na Bahia, e com o Palmeiras de Jorge Vieira jogando pelo empate, pouco futebol se viu. Sem dormir direito pelo buzinaço e foguetório na madrugada no hotel em Salvador, o Verdão aproveitou a segunda boa chance na partida e fez 1 a 0, aos 24. Pedrinho cobrou falta e Toninho nem tirou o pé do chão para cabecear por baixo de Luís Antônio.

O Bahia veio pra cima na segunda etapa e empatou com o ídolo Douglas, depois de passe de Alberto Leguelé, aos 14. Vieira colocou até o zagueiro Marinho Peres no lugar do lesionado Toninho no final para garantir o empate justo e a classificação merecida para enfrentar (e superar) o Internacional.

Jogo que vi na velha TV colorida de casa, sofrendo como ainda não sabia ao certo o que seria sortimento. Naquele dia o Palmeiras só tinha pouco menos de dois do que viriam a ser 16 anos de fila. Mal sabíamos o mal que viria.

Não por acaso, no dia seguinte, o Conselho Deliberativo decidiria o que fazer com o presidente afastado Jordão Bruno Sacomani, que desfalcara os cofres do clube em 8 milhões de cruzeiros (posteriormente devolvidos). Era o início de anos de ferro e chumbo no Palestra.

BAHIA 1 X 1 PALMEIRAS
Campeonato Brasileiro/Quartas-de-Final — 2º JOGO
DOMINGO, 30/julho (tarde)
Estádio: Fonte Nova
Salvador (BA)
Juiz: José Roberto Wright (RJ)
Renda: Cr$ 2 342 900
Público: 80. 000
PALMEIRAS: Leão; Rosemiro, Beto Fuscão, Alfredo e Pedrinho; Pires, Jorge Mendonça (Ivo) e Escurinho;
Sílvio, Toninho (Marinho Peres) e Toninho Vanusa
Técnico: Jorge Vieira
Gols: Toninho 24 do 1º; Douglas 14 do 2º

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