Ele deveria estar contente pelo emprego que tem. Alegre e satisfeito por chegar ao comando do clube que amamos mais que nossas próprias vidas. Deveria, também, honrar a chance de ocupar a função que ocupa.
Deveria, sem dúvida, agradecer pelo privilégio. E, acima de tudo, ciente de que tem coisas grandes pra conquistar, não poderia ficar parado, bestificado, vendo a vida passar – e o mandato acabar.
Raul, que não tinha tantas condições, mas uma mente brilhante, aproveitou-se da benção e disse: ‘É você olhar no espelho e se sentir um grandessíssimo idiota. Saber que é humano ridículo, limitado.’
Do poema, fez música, e deixou o recado bem dado: azarado e infeliz daquele que ao olhar para si só é capaz de ver o quão incapaz foi. E como gastou mal toda a chance que teve. Nada é tão frustrante.
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Fosse a idade implacável e o tempo o inimigo mortal, eu compreenderia e me solidarizaria com o sofrimento. Mas com tanto por viver e fazer, é lamentável ver que você está sentado no seu banco de couro, com a boca cheia de dentes e de discursos vazios, esperando a vida passar e o mandato acabar.
A história jamais perdoa os que abdicam dela. Ela não faz curvas argumentativas contra a frouxidão. Ela tem só desprezo e indiferença por quem não faz diferença. O ouro do tolo é a omissão. O ouro do tolo é a fuga. O ouro do tolo é sentar e esperar.
O destino do tolo nunca será o ouro. Ele será esquecido. E, se lembrado, será só por lamentação, por tristeza e decepção. Será por pena, por ódio e por resignação. O ouro do tolo é o tempo – que faz questão de apagá-lo.
O ouro do tolo é mau (rício)
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