Arquivos tag-Tupãzinho - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/tag-tupazinho/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Mon, 16 Apr 2018 17:55:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Amarcord: Botafogo 3 x 5 Palmeiras, Rio-São Paulo-65 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-botafogo-3-x-5-palmeiras-rio-sao-paulo-65/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-botafogo-3-x-5-palmeiras-rio-sao-paulo-65/#respond Mon, 16 Apr 2018 17:55:07 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/04/16/amarcord-botafogo-3-x-5-palmeiras-rio-sao-paulo-65/

Nelson Rodrigues, em O GLOBO: “o Palmeiras é o melhor time do mundo”. Com a grande vitória sobre o Botafogo de Gerson, Jairzinho e Rildo, o time que ganharia o apelido de Academia ganhou o primeiro turno do Rio-São Paulo de 1965. Ganharia o returno e cancelaria as finais do torneio. Em setembro seria convidado […]

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Nelson Rodrigues, em O GLOBO: “o Palmeiras é o melhor time do mundo”. Com a grande vitória sobre o Botafogo de Gerson, Jairzinho e Rildo, o time que ganharia o apelido de Academia ganhou o primeiro turno do Rio-São Paulo de 1965. Ganharia o returno e cancelaria as finais do torneio. Em setembro seria convidado para vestir a camisa da Seleção na inauguração do Mineirão.

Não parecia mais um exagero do genial Nelson. Era mais uma atuação primorosa e cheia de gols do Palmeiras de Filpo Núñez. Mais pérolas rodrigueanas: “é uma equipe maravilhosa. Com uns retoques aqui e ali, seria a própria seleção nacional”.

Com 10 minutos, Rinaldo recebeu de Ademar Pantera, passou pelo goleiro Hélio e fez 1 a 0 Palmeiras. Em dois minutos o Botafogo empatou, com Bianchini, depois de receber passe do impedido Jairzinho. Aos 44, Ademar fuzilou depois de passe de Ademir da Guia.

Pantera fez o terceiro gol aos 13, aproveitando cruzamento de Rinaldo que Hélio não soube segurar. Aos 17, Ademar encheu o pé para marcar o quarto, depois de bela tabela com Rinaldo.

Jairzinho diminuiu aos 27, numa bomba de pênalti que Valdir quase defendeu. Aos 37, Jair encostou no placar que Gildo finalizou, aos 44, depois de grande jogada do ataque, Tupãzinho fez belo gol. 5 x 3 Palmeiras.

Apesar da escalação no 4-2-4, Palmeiras atuou de fato em um 4-3-3, com o recuo de Rinaldo para o meio-campo, com Tupã abrindo pela esquerda.

Torneio Rio-São Paulo/Turno de Classificação

Quarta-feira, 21/abril (tarde)

Maracanã

Rio de Janeiro

Juiz: Ethel Rodrigues

Renda: Cr$ 28 300 380

Público: 28 950

PALMEIRAS: Valdir, Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina (Santo) e Geraldo Scotto (Ferrari); Dudu e

Ademir da Guia; Gildo (Germano), Ademar Pantera, Tupãzinho e Rinaldo

Técnico: Filpo Nuñes

Gols: Rinaldo 10, Bianchini 12 e Ademar Pantera 44 do 1º; Ademar Pantera 13, Ademar Pantera 17, Jairzinho (pênalti) 47, Jairzinho 37 e Tupãzinho 44 do 2º

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O futebol não gosta de goleiros negros – uma pena https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-futebol-nao-gosta-de-goleiros-negros-uma-pena/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-futebol-nao-gosta-de-goleiros-negros-uma-pena/#respond Sat, 17 Feb 2018 13:32:30 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/02/17/o-futebol-nao-gosta-de-goleiros-negros-uma-pena/

Jaguaré era estivador do porto no Rio de Janeiro. Aos 22 foi convidado a treinar no Vasco pelo zagueiro Espanhol que o viu catando todas as bolas na várzea como carregava todos os sacos no cais. Na época do amadorismo, 1927, teve de aprender a escrever para assinar o próprio nome para ser goleiro vascaíno. […]

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Jaguaré era estivador do porto no Rio de Janeiro. Aos 22 foi convidado a treinar no Vasco pelo zagueiro Espanhol que o viu catando todas as bolas na várzea como carregava todos os sacos no cais. Na época do amadorismo, 1927, teve de aprender a escrever para assinar o próprio nome para ser goleiro vascaíno. Em um ano já estava na Seleção. Em 1931, jogou tanto contra o Barcelona, na Espanha, que ficou na Catalunha, contratado para a reserva do mítico Zamora. Não gostou e voltou ao Vasco, onde não o quiseram de volta. “Traidor”! Foi jogar no Corinthians mantendo o mesmo estilo provocador dos rivais. Ficou com saudades da Europa e descolou um lugar em Marselha. No Olympique virou O Jaguar e foi campeão francês, em 1937. Em 1939 voltou ao Brasil com medo da guerra. Perdeu todo o dinheiro nas noites e nas lutas. Morreu de modo violento, só não se sabe se em briga ou se no manicômio. Enterrado como indigente, em 1940.

Goleiro. Negro.

Veludo era estivador do porto no Rio de Janeiro. Jogava na várzea no Harmonia até ser levado ao Fluminense em 1951 pelo árbitro Armando Marques para ser reserva do mítico Castilho, da Seleção, em 1950. Lesões do titular deram chance a ele. Como excelente arqueiro que foi, as agarrou. As atuações o levaram à Seleção para as Eliminatórias da Copa de 1954. Jogou tanto que foi convocado para o Mundial na Suíça mesmo na reserva de Castilho, no Flu e no Brasil. Um ano depois, jogou muito mal um Fla-Flu. Levou seis gols. E disseram que ele estava “na gaveta”, vendido, subornado. Foi parar no Atlético onde foi campeão em Minas. No Santos jogou pouco. No Madureira, ainda menos. O de cisne foi no Canto do Rio. Quando a bebida tomou de vez o corpo que ele afogava em álcool ainda no Fluminense. A cirrose levou o ex-atleta que era só pele, em 1970.

Goleiro. Negro.

Barbosa foi o melhor goleiro do Brasil entre 1945 e 1950. Titular absoluto do Expresso da Vitória que foi base da Seleção, em 1950. Brasil favorito também pelas seguras atuações dele na Copa. Onde nada pôde fazer na decisão no gol de empate de Schiaffino. Onde poucos poderiam imaginar que Ghiggia do Uruguai chutaria aquela bola entre ele e a trave esquerda do Maracanã. Não foi frango, ele não teve culpa. Mas a marca ficou. “A pena máxima para um crime no Brasil é de 30 anos. Mas a minha punição já passou dos 40 anos…” lamentava, em 1990. E mais ainda em 1994, antes do tetra, quando a comissão técnica da CBF não deixou que ele se aproximasse dos goleiros do Brasil para a Copa dos Estados Unidos. “Daria azar” a presença de Barbosa…

Goleiro. Negro.

São três histórias. Três casos reais com alguns componentes irreais. Muitos deles injustos.

São três carreiras descarriladas que ajudaram a criar a fama, com alguns outros lances terríveis como os do negro goleiro corintiano Barbosinha (que levou dois gols de falta estranhos do palmeirense Tupãzinho, em 1967).

Goleiros negros que falharam. Ou nem isso. Goleiros que falham independente da cor de pele. Mas que no Brasil são marcados na pele e na alma.

Não sei se a origem do preconceito explicitado pelo negro Edilson no Fox Sports é essa. A mesma sensação que Vampeta também tem. Outros atletas afrodescendentes também pensam igual. Muitos jogadores que não são negros ou mulatos analisam do mesmo jeito. Mesmo vendo e jogando com e contra Dida. Mesmo elogiando Jailson hoje na meta palmeirense. Jefferson há quase uma década no Botafogo. Mesmo vendo bons goleiros como o camaronês N’Kono, nos anos 80. Jairo goleiro da Seleção em 1976 como foi o mulato Manga na Copa de 1966 (cuja data de nascimento inspira o Dia do Goleiro no Brasil). Hélton e Gomes neste século também são ótimos exemplos.

É fato: o mundo do futebol não “confia” em goleiros negros. Também é preconceito, claro que é. Mas é o que temos em todas as cores e credos.

Uma pena que não se sustenta. Uma pena que é mais antiga que a “punição” a Barbosa.

ADENDO: Nem deveria, mas lamento profundamente os hominídeos que conseguiram enxergar neste texto um “lobby” pela convocação de Jailson. Meus pêsames.

Lamento também os que queriam um ataque ainda maior a quem pensa assim. Os fatos são explicativos. Não precisam maiores comentários.

Lamento também os que acham ser uma questão menor. Claro que não é.

Lamento os que não entendem que isso merece ser debatido. E insisto na informação: MUITA GENTE PENSA ASSIM NO FUTEBOL. MAS POUCOS FALAM ABERTAMENTE COMO FALOU EDILSON.

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Revanche verde: Palmeiras 3 x 1 Grêmio, Taça Brasil-67 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/revanche-verde-palmeiras-3-x-1-gremio-taca-brasil-67/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/revanche-verde-palmeiras-3-x-1-gremio-taca-brasil-67/#respond Mon, 18 Dec 2017 16:45:59 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/12/18/revanche-verde-palmeiras-3-x-1-gremio-taca-brasil-67/

O Palmeiras devolveu com juros e correção futebolística a tumultuada derrota por 2 a 1 uma semana antes, em Porto Alegre. O time de Mário Travaglini perdeu cinco jogadores expulsos na partida de ida da semifinal da Taça Brasil. Quatro deles por reclamação de impedimento no gol de Joãozinho. RelacionadasVeja quem Palmeiras enfrenta pela terceira […]

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O Palmeiras devolveu com juros e correção futebolística a tumultuada derrota por 2 a 1 uma semana antes, em Porto Alegre. O time de Mário Travaglini perdeu cinco jogadores expulsos na partida de ida da semifinal da Taça Brasil. Quatro deles por reclamação de impedimento no gol de Joãozinho.

Não havia suspensão automática. Os cinco foram a campo na revanche no Pacaembu. E o Palmeiras respondeu na bola: 3 a 1. Resultado que levaria à realização da terceira partida, também no Pacaembu, dois dias depois. Com vantagem de empate para o Palmeiras, depois da prorrogação, pelo saldo melhor no confronto.

Apesar de problemas no gramado no Olímpico e também nas tribunas com cartolas alviverdes, os dirigentes palmeirenses recepcionaram a delegação gaúcha no aeroporto de Congonhas e ofereceram um jantar no restaurante Locanda. O Grêmio vinha muito confiante. Conquistara o hexacampeonato gaúcho três dias antes da vitória por 2 a 1 na Taça Brasil. Tinha Alcindo (da Seleção na Copa-66) e Everaldo (titular do Brasil na Copa de 1970). E jogava pelo empate em São Paulo.

Mário Travaglini tinha dúvidas até a hora do jogo. Mas não pretendia usar o esquema mais cauteloso com Zequinha na cabeça da área. Queria escalar uma equipe mais próxima de um 4-2-4. Foi o que fez. César foi mantido na ponta-direita, cortando bastante como centroavante. Servílio faria a dele, como meia-atacante, mas chegando bastante em Tupãzinho, mais uma vez como centroavante. Cardosinho voltava ao ataque, depois de lesão. Mas na ponta-esquerda.

Jair Bala estava lesionado. Valdir e Djalma Santos eram reservas desde novembro.

O Grêmio repetiu a mesma equipe do Olímpico. Só que num 4-4-2, com apenas Alcindo e Volmir na frente. Mas não bisou o desempenho. Aos 17 minutos já estava 1 a 0 Palmeiras. Ferrari converteu o pênalti muito discutível em Servílio não cometido por Paulo Sousa, mas marcado por Airton Vieira de Morais, apelidado de Sansão (o mesmo árbitro da não menos polêmica partida de ida). Ademir da Guia organizou o campeão do Robertão-67 para imprensar o Grêmio. Servílio encostou bastante em Tupãzinho, com César e Cardosinho bem abertos. Era praticamente um 4-2-4.

Cardosinho vivia grande fase. No primeiro lance, aos 5, quase abriu o placar, depois de passar por três. Raspou a trave aos 15, depois de outra ótima finalização de longe de Dudu, aos 10. O Palmeiras mandava no clássico. Ainda assim o Grêmio quase marcou, aos 16, depois que Pérez largou bola fácil aos pés do artilheiro Alcindo. Minuca salvou o gol certo.

O pênalti de Ferrari abriu o Grêmio. O Palmeiras seguiu mandando até ampliar, aos 37, em belo toque de Tupãzinho, depois de grande tabelinha com Servílio. Aos 41 outro belo gol; Ademir, Servílio, Tupãzinho pela direita, César aproveitando o cruzamento e a troca incessante de posições na frente. 3 a 0 Palmeiras.

Na segunda etapa, com o jogo-extra dois dias depois parecendo inevitável, o Palmeiras resolveu se poupar. O Grêmio se abriu e atacou no 4-2-4. Mas só diminuiu aos 29 por falha de Baldocchi e Pérez, que foram na mesma bola. Joãozinho aproveitou a hesitação e fez o único gol gaúcho.

No final da partida, repetindo a baixaria vista no Olímpico, torcedores do Palmeiras jogaram de tudo no banco gremista. O treinador Carlos Froner só não jogou um banquinho de volta por ter sido contido. Saindo do gramado, empurrou um radialista. Antes de a bola rolar, o árbitro Sansão deu uma espécie de volta olímpica no gramado inspecionando a situação. Além de vaiado e chamado de “ladrão” pela má atuação no Sul, recebeu um rojão que passou perto dos pés dele (e nada fez e nem relatou – fogos de artifício estavam proibidos nos estádios). Mandou seguir o jogo que demoraria a iniciar porque ele queria retirar repórteres e fotógrafos atrás das metas. Só foi convencido depois de algum tempo por Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória, que daria nome ao estádio do Pacaembu.

Tupãzinho, Servílio, Ademir, Dudu e Cardosinho foram os melhores palmeirenses. Com a vantagem de dois gols, o Palmeiras jogaria dois dias depois pelo empate – na prorrogação – para ser finalista da Taça Brasil (eliminando assim o critério de sorteio na moedinha se houvesse empate no tempo normal e também no tempo extra).

PALMEIRAS 3 X 1 GRÊMIO (segundo jogo semifinal da Taça Brasil-67

Data: quarta-feira, 13/dezembro (noite)

Pacaembu

Juiz: Aírton Vieira de Moraes (SP)

Renda: NCr$ 60 902

Público: 17 621

PALMEIRAS: Pérez; Geraldo Scalera, Baldocchi, Minuca e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia; César, Servílio, Tupãzinho e Cardosinho (Lula) . Técnico: Mário Travaglini

GRÊMIO: Arlindo; Altemir, Paulo Sousa, Áureo e Everaldo; Cleo e Sérgio Lopes; Babá, Joãozinho, Alcindo e Volmir. Técnico: Carlos Froner.

Gols: Ferrari 17, Tupãzinho 36 e César 39 do 1º; Joãozinho 30 do 2º

 

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Baixaria na estreia na Taça Brasil-67: Grêmio 2 x 1 Palmeiras https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/baixaria-na-estreia-na-taca-brasil-67-gremio-2-x-1-palmeiras/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/baixaria-na-estreia-na-taca-brasil-67-gremio-2-x-1-palmeiras/#respond Sun, 17 Dec 2017 15:08:34 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/12/17/baixaria-na-estreia-na-taca-brasil-67-gremio-2-x-1-palmeiras/ Campeão do primeiro Robertão em junho de 1967, o Palmeiras estreou na Taça Brasil em 6 de dezembro, na fase semifinal do torneio que vencera em 1960. A Taça Brasil ainda definia os dois brasileiros na Libertadores-68. O primeiro Robertão (1967) foi organizado por Ferj e FPF. A CBD desde 1959 cuidava da Taça Brasil, […]

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Campeão do primeiro Robertão em junho de 1967, o Palmeiras estreou na Taça Brasil em 6 de dezembro, na fase semifinal do torneio que vencera em 1960. A Taça Brasil ainda definia os dois brasileiros na Libertadores-68. O primeiro Robertão (1967) foi organizado por Ferj e FPF. A CBD desde 1959 cuidava da Taça Brasil, que teria sua última edição já esvaziada em 1968. Por isso o campeão e vice da Taça Brasil de 1967 seriam os brasileiros na Libertadores.

 

No último ano com a participação dos paulistas, o Palmeiras acabaria campeão. Bicampeão da Taça Brasil. Torneio que em 2010 seria considerado pela CBF como título brasileiro.

 

A Taça Brasil só aceitava campeões estaduais e ainda o campeão da edição anterior do torneio. O Palmeiras disputou o campeonato de 1967 como campeão paulista de 1966. Não havia convidados. O critério do campeonato era técnico. Clubes como Corinthians e São Paulo jamais disputaram a competição, por não terem conquistado títulos estaduais no período. E nem mesmo vice-campeonatos nos anos em que o Santos vencia tudo. Ou quase tudo.

Os clubes paulistas e fluminenses tinham a regalia política e esportiva de entrar direto na fase semifinal. Jogavam menos partidas que os rivais. Mas todas mais que decisivas.

Eles não estavam ali apenas por fatores extracampo. Eram campeões estaduais. Não estavam de favor.

Como muitos torneios importantes, não eram muitos jogos disputados pelos campeões. Mas para chegar lá era preciso ser campeão.

Era preciso ser preciso como mais uma vez seria o Palmeiras em 1967. O ano dos dois títulos brasileiros. Incontestáveis. De fato e de direito.

Mas isso era Brasil. E a estreia em Porto Alegre acabou antes da hora. Aos 43 do segundo tempo no Olímpico, na confusão depois do gol da vitória do Grêmio por 2 a 1, o árbitro Aírton Vieira de Moraes encerrou a partida por não ter condições disciplinares de prossegui-la. Expulsou quatro atletas paulistas e o time ficou com seis em campo.

Quando Joãozinho fez 2 a 1, os palmeirenses reclamaram com o bandeirinha Arnaldo César Coelho de impedimento do atacante rival. Reservas gremistas entraram na confusão com o policiamento e não teve mais jogo.

O Palmeiras já estava com 10. Tupãzinho (que em 1969 jogaria no Grêmio) foi expulso aos 24 do segundo tempo, por revidar falta feia de Altemir. Na saída para o vestiário, depois de alguns minutos de catimba, foi agredido por outro reserva do Grêmio e por pessoas não identificadas que estavam no gramado.

O Palmeiras de Mário Travaglini (que assumira o time depois da saída de Aymoré Moreira em 17 de setembro de 1967) não tinha o ponta-direita Cardosinho (lesionado). Valdir de Morais seguia na reserva do goleiro Pérez, que se aproveitara da lesão do titular no quadrangular final do Robertão para seguir na meta. Outros craques como Djalma Santos e Dorval (ex-Santos) estavam no banco, ao lado do preparador físico Financial, do médico Nelson Rossetti e do massagista Reis.

Por opção de Travaglini, Djalma e Valdir tinham perdido a titularidade no começo de novembro. Pérez e Scalera (ex-Ferroviária, na foto) assumiram a meta e a lateral-direita. Mas a equipe ainda oscilava. Perdera a chance do bicampeonato paulista para o Santos de Pelé. E já planejava 1968: o Palmeiras queria o retorno dos emprestados Ademar Pantera (centroavante do Flamengo), Rinaldo (ponta do Fluminense essencial na conquista do Robertão, no primeiro semestre), Suingue (meio-campista no Flu) e o meia-atacante Jair Bala (Cruzeiro).

Para a estreia na Taça Brasil em Porto Alegre, Servílio retornou de lesão para jogar como centroavante na função de César Maluco. Sem Cardosinho, o Maluco voltou a ser deslocado para a ponta-direita, com Tupãzinho na esquerda. O meio-campo no 4-3-3 de Travaglini era mais cauteloso: Zequinha mais plantado, Dudu e Ademir da Guia. Todos entre os 50 melhores jogadores da história alviverde.

Na mudança tática (em parte usada no empate sem gols com o São Paulo pelo SP-67), Ademir tinha de abrir muito pela esquerda, quase como um ponta ao lado de Tupãzinho. César entrava bastante por dentro, cortando em diagonal.

O jogo foi duro desde o início no Sul. Muita pancadaria dos dois lados. Alcindo (centroavante do Brasil na Copa-66) fez 1 a 0 Grêmio, aos 10, aproveitando de cabeça cruzamento de Babá. Aos 18, o volante Cleo empatou, marcando contra, depois de tiro livre indireto cobrado por Tupãzinho. Ele e Servílio fizeram belos lances depois, mas o goleiro Arlindo estava inspirado.

Na segunda etapa, o Grêmio foi melhor. Pressionou mais, e com a vantagem de um homem a mais nos últimos 20 minutos, chegou à vitória. Chute de Joãozinho (impedido) quicou no gramado e enganou Pérez.

A confusão no final acirrou ainda mais os ânimos. Pérez, Ademir da Guia, Ferrari e Dudu foram expulsos pelo árbitro. Com apenas seis atletas do Palmeiras, não tinha mais como haver jogo.

Não havia por regulamento suspensão automática. Sorte nossa. Estavam todos liberados para o jogo de volta.

A delegação palmeirense só deixou o estádio depois de uma hora da manhã.

Servílio e Tupãzinho foram os melhores do Palmeiras no Sul. Teriam de ser ainda melhores na volta, na outra quarta-feira, no Pacaembu. O Verdão teria de vencer por qualquer contagem para levar a decisão por uma vaga na final da Taça Brasil de 1967 para o terceiro jogo. Dois dias depois, no Pacaembu.

GRÊMIO 2 X 1 PALMEIRAS – SEMIFINAL DA TAÇA BRASIL-67

Data: quarta-feira, 6/dezembro (noite)

Estádio: Olímpico, Porto Alegre (RS)

Juiz: Aírton Vieira de Moraes (SP)

Renda: 61,313 cruzeiros novos.

GRÊMIO: Arlindo; Altemir, Paulo Sousa, Áureo e Everaldo; Cleo e Sérgio Lopes; Babá, Joãozinho, Alcindo e Volmir. Técnico: Carlos Froner.

PALMEIRAS: Pérez; Geraldo Scalera, Baldocchi, Minuca e Ferrari; Zequinha, Dudu e Ademir da Guia; César, Servílio e Tupãzinho. Técnico: Mário Travaglini.

Gols: Alcindo 10 e Áureo (contra) 18 do 1º; Joãozinho 43 do 2º

Expulsão: Tupãzinho 24 do 2º; Ademir da Guia, Dudu, Ferrari e Pérez, aos 44

 

 

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