O frio na barriga da primeira vez não tinha passado. Mesmo que Valdir tivesse jogado o amistoso contra o Ituano, esperava pela primeira vez em um jogo oficial.
A chance veio dez partidas depois no 5 de novembro de 1958 no Pacaembu. E que oportunidade! Era Dérbi e a expectativa de uma nova realidade para quem saiu do Rio Grande do Sul.
A primeira emoção em ter o nome divulgado pelo locutor em alto e bom som. A experiência que jamais tivera na carreira. Uma maneira de se apresentar ao palmeirense.
O problema é que naquele dia o sistema de alto falante do Pacaembu não funcionou. Acostumado com Aníbal, o lado verde do estádio não sabia que Valdir estaria em campo. A frustração inicial virou alegria com a vitória por 2 a 1.
Naquela noite de quarta-feira o anônimo goleiro mal sabia que teria o nome divulgado em outros 488 compromissos com a camisa azul que vestiu tantos grandes como ele.
Foram 490 vezes no total. O décimo da história centenária e o terceiro da posição só atrás de Marcos, que ajudou a lapidar, e Leão.