
Em jogo que valia muito na manutenção da liderança do Brasileirão, Palmeiras sente falta de pernas, se embaralha com vontade e nervosismo, e deixa dois pontos pelo caminho, mas mantém a ponta isolada. Num copo pela metade, apesar da cabeça quente, a realidade é que poderia ser pior.
Kaio Jorge teve, na pequena área, a bola da vitória cruzeirense, mas Carlos Miguel impediu, bem como tinha impedido a belíssima falta batida por Arroyo. A grande atuação do novo titular palmeirense diminui o jogo extremamente nervoso feito pelo Verdão, que não pôde controlar sua ansiedade e necessidade de vencer. Atabalhoado, se viu em parafusos.
Cientes de uma péssima arbitragem, que errou para ambos os lados, o Palmeiras não conseguiu lidar com esse ambiente tão duro, ainda que atitude e boa postura não tenham faltado. Talvez por medo de novos erros, optou por não conduzir a bola com ousadia, sempre definindo pela bola longa, e a falta de pernas não permitiu disputar todas elas.
É evidente o desgaste, a sequência indecente de decisões em pouquíssimo tempo, e quão cara tem sido, mas entre todas as valetas, passa como líder isolado e tem um caminho sob suas contas para ser campeão. Agora, joga pelo milagre na quinta-feira, e depois vai buscar sua décima terceira taça, bem como suas pernas frescas e mente tranquila.
Não é o resultado dos sonhos, mas está longe de ser um fracasso. O líder absoluto segue lá, e vai lutar pra seguir, como bem disse a torcida hoje, em um belíssimo mosaico, alentando pela virada: “lutaremos juntos”.