O atacante angolano-brasileiro Geraldo, ex-jogador do Al Ahly, do Egito, concedeu entrevista exclusiva ao NOSSO PALESTRA e comentou o confronto entre o time egípcio e o Palmeiras, válido pela semifinal do Mundial de Clubes. De acordo com o jogador, o duelo é tão importante para as equipes africanas quanto para as sul-americanas, mas a disparidade no investimento pesa em campo.
– Assim como para os sul-americanos, é o jogo da vida para os africanos. Mas sabemos da diferença de investimento que possui uma cultura da outra. Por conta disso, os europeus e sul-americanos possuem uma hegemonia e favoritismo maior no Mundial.
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Nascido em Luanda, capital da Angola, o jogador teve longa passagem pelo Brasil e chegou ao Egito em 2019, depois de sair do Primeiro de Agosto, equipe de seu país natal. Durante os anos em solo brasileiro, ele chegou a balançar as redes contra o Palmeiras uma vez, em vitória do Coritiba sobre o time em 2011. Hoje no Ankaragücü, da segunda divisão da Turquia, ele assiste de longe ao sucesso do Al Ahly.
Para chegar à decisão contra o Verdão, seu ex-time teve de bater o Monterrey, do México. Na vitória por 1 a 0, o time comandado por Pitso Mosimane apresentou um jogo rápido e vertical, que lembrou o estilo de jogo de Abel Ferreira no Alviverde. Geraldo analisou as semelhanças entre as equipes e apontou que, além do tático, os treinadores se aproximam pela força no vestiário.
– Tive a oportunidade de trabalhar com ele. É um treinador que nos últimos anos tem dominado o futebol africano. Depois do português Manuel José, no comando do Al Ahly, não teve nenhum treinador que chegou num nível tão alto quanto o Mosimane.
Acredito que o respeito e o poder que ele tem dos atletas é uma das virtudes deste sucesso. Os números dele no comando do time nas últimas temporadas falam por si só. Vejo muito destas características no Abel Ferreira: Tem o respeito dos atletas e o grupo na mão. Isso é essencial para o sucesso de uma equipe.
Em função da final da Copa Africana de Nações, na qual a seleção do Egito disputou a final contra Senegal neste último domingo (6), o Al Ahly entrou em campo desfalcado para enfrentar os mexicanos. Mesmo assim, o time superou as adversidades e passou por cima do favoritismo do adversário, cujos torcedores já sonhavam com o duelo contra o Palmeiras.
O sucesso do clube egícpio, segundo explica o atacante angolano-brasileiro, se dá pelo investimento e trabalho realizado nos últimos anos, que acompanha a força histórica da instituição. Tradicional no continente africano, o time é o maior campeão nacional e internacional da África.
– O Al Ahly é o maior clube egípcio e é muito respeitado em todos países árabes, sem sombra de dúvidas. Essa supremacia e investimento reflete dentro de campo e faz a instituição crescer ainda mais. Contra o Monterrey, eram vários desfalques convocados para a Seleção. A base de jogadores do clube sempre é a mesma e isso facilita muito na identidade de um time, porque são jogadores que jogam juntos há bastante tempo. Essa obediência tática faz com que a equipe chegue cada vez mais longe e sua torcida, que já tem cerca de 30 milhões de torcedores, cresça cada vez mais – afirma Geraldo.
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No futebol turco, o jogador ainda guarda consideração pelo Al Ahly e cita que o clube deve sair maior desta competição pela digna campanha, independentemente dos próximos resultados.
– O Al Ahly é o clube africano que mais participou do Mundial de clubes. É lógico que, com a crescente que o clube vem tendo nos últimos anos, a torcida quer ver a equipe na final da competição. É uma equipe com um poder financeiro muito grande, mas que tem uma particularidade nas escolhas dos seus atletas, porque tem um histórico de sucesso com os africanos. São raros jogadores de outro continente que acabam jogando no Al Ahly. Creio que, independente do resultado e fazendo um jogo digno diante do Palmeiras, assim como fez contra o Monterrey, o clube sairá ainda maior deste Mundial.
Palmeiras e Al Ahly se enfrentam nesta terça-feira (8), às 13h30 (de Brasília) no Estádio Al Nahyan, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
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