Adversário do Palmeiras na segunda fase da Copinha nesta segunda-feira (13), o Referência FC tem em seu elenco uma história de superação. Lukiba, meia de 16 anos e ex-atleta da base palmeirense, convive com drama familiar fora das quatro linhas: a mãe do jogador luta contra um câncer no intestino, e a família busca arrecadar recursos para o tratamento por meio de uma campanha online.
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O drama impactou diretamente a carreira do jovem, que busca, através do esporte, lutar pelo dia a dia da família. Ex-jogador do Palmeiras, onde atuou entre 2018 e 2022, Lukiba estava nas categorias de base do Ituano quando recebeu a notícia da enfermidade da mãe e precisou abandonar o clube do interior paulista para ficar próximo da família. De volta a São Paulo, retornou ao futebol de salão palestrino e se tornou um dos principais destaques da modalidade no clube.
O jovem permaneceu no Palmeiras até 2024, mas preferiu deixar o clube para se dedicar exclusivamente ao futebol de campo – desde 2023, o meia dividia atenções entre o salão palestrino com a rotina no Referência. A última competição disputada pelo Verdão foi o Campeonato Metropolitano, vencido pela equipe contra o Corinthians, após briga generalizada entre torcedores do adversário que tentaram invadir a quadra.
Nesta edição da Copinha, Lukiba é um dos atletas mais jovens do elenco da equipe de Embu das Artes. O jovem estreou na competição na terceira rodada da fase de grupos, no empate sem gols contra o Sport e busca espaço para atuar nesta segunda-feira (13) contra o Palmeiras, na Arena Barueri. Orgulho para o pai Carlos, que conversou com o NOSSO PALESTRA.
– Para nós como família e como torcedores, agradecemos ao Referência, o presidente Waltinho e a comissão técnica pela oportunidade do nosso filho jogar essa edição da Copa São Paulo de Futebol Junior. A gente o vê evoluindo junto com o clube, que também estreia na competição, e isso é uma alegria para nós – contou.
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FAMÍLIA BUSCA ARRECADAR FUNDOS
A vida de Carlos, pai de Lukiba e marido de Renata Souza, também mudou após o diagnóstico de câncer no intestino da esposa. Executivo de vendas, ele trabalhou na área comercial de uma agência de fotojornalismo por mais de dez anos, mas foi desligado da empresa após o episódio familiar. Atualmente, vende bolos e doces para arrecadar fundos para o tratamento.
– Acabei perdendo meu emprego para correr atrás com minha esposa. Tive uma conversa com a direção, me deram o respaldo, mas não foi bem assim. Foram muitas consultas, duas cirurgias, e sessões de quimioterapia. Acabei sendo desligado. Faço doces e bombons para complementar a renda – contou.
A campanha online, criada no dia 26 de dezembro de 2024, já juntou R$ 64 mil, e conta com 780 apoiadores na plataforma Vakinha. O arrecadado, no entanto, é somente pouco mais de 15% do valor total necessário de R$ 380 mil. Para colaborar, basta acessar o link https://www.vakinha.com.br/5272039 ou doar via Pix usando a chave [email protected].
Os fundos são para custear o tratamento que não é possível conseguir pelo SUS. Renata foi tratada pelo órgão de saúde federal até novembro de 2024, quando foi informada que o tratamento não estava respondendo e que não havia mais nenhum medicamento disponível, e, portanto, ficaria somente sendo acompanhada pelo corpo médico.
Desde então, Renata faz tratamento particular pelo Hospital São Camilo. Além das sessões de quimioterapia, cada ciclo da medicação prescrita custa R$ 21 mil. Foi neste cenário que a família abriu a doação online.
– Existe tratamento sim para a Renata, mas são muito caros e não oferecidos pelo SUS. Optamos por continuar o tratamento no Hospital São Camilo (…) Fica muito caro, a gente pensa em vender carro, apartamento, é a vida da minha esposa, vou fazer tudo por ela. Decidimos fazer a Vakinha (…) Graças a Deus está dando certo, já conseguimos R$ 64 mil, inclusive já pagamos a primeira sessão de R$ 21 mil no hospital – disse Carlos.
