A presidente Leila Pereira cortou o benefício de ingressos para alguns conselheiros da oposição depois que eles protocolaram no COF (Conselho de Orientação e Fiscalização), no dia 28 de agosto, pedido de esclarecimento da relação entre o Palmeiras e a Placar Linhas Aéreas, empresa que tem Leila como dona.
A atitude causou incômodo em conselheiros da situação, que ficaram sabendo do corte após publicação do NOSSO PALESTRA, na última quinta-feira (14). A retaliação aconteceu para a compra na partida contra o Goiás, vencida pelo Palmeiras na sexta-feira (15).
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Pessoas próximas de Leila Pereira e com um grande tempo na política do clube conversaram com conselheiros punidos. O NP apurou que eles se solidarizaram com os companheiros de Conselho Deliberativo, porém o apoio não se tornará público com receio de represálias por parte da mandatária. Eles entendem que a medida adotada pela mandatária foi desproporcional.
Os conselheiros do Palmeiras têm à disposição um “banco de ingressos” virtual e, através de um acesso, clicam para abrir um determinado subsetor que fica indisponível para o torcedor Avanti ou comum. Cada membro tem direito a uma entrada sem custo, além de uma pagando 50% e outra com 100% no setor Superior Oeste. A opção é válida durante um período de tempo, divulgado jogo a jogo. Caso a compra não seja efetuada dentro do prazo estabelecido, os bilhetes são disponibilizados para comercialização geral.
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Os conselheiros lesados procuraram por explicações no atendimento do Avanti e com funcionários do clube. O suporte do sócio-torcedor deu a seguinte informação:
“De acordo com uma determinação institucional, a opção de banco de ingressos foi retirada do benefício de conselheiros. Isso significa que essa funcionalidade não está mais disponível para compra, nem está associada à segmentação correspondente. Caso tenham dúvidas ou necessitem de informações adicionais, é preciso comparecer na secretaria do clube, para mais esclarecimentos e assistência. Ajudo em algo mais relacionado ao Avanti?”.
O Palmeiras, ao NP, apenas disse que “a disponibilização de ingressos para conselheiros é uma liberalidade da gestão; não é, portanto, uma obrigação, tampouco um direito”.
Leila adquiriu uma aeronave em janeiro, e desde julho o elenco tem viajado no avião da presidente. Como o fretamento ainda não é possível por burocracias da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a mandatária palmeirense tem arcado com os custos, estimados em R$ 1,7 milhão com viagens para o Rio de Janeiro, Cuiabá e Pereira, na Colômbia. Na última delas, inclusive, o avião teve um problema e a delegação precisou retornar por outra companhia, também com valores pagos pela empresária.
O próximo jogo do Palmeiras como mandante será somente em 5 de outubro, contra o Boca Juniors, pela partida de volta da semifinal da Copa Libertadores, no Allianz Parque.
Confira a carta enviada pelos 24 conselheiros em 28 de agosto:
‘Prezado Presidente Sr. Carlos Degon.
Ilustríssimos membros do COF,
Considerando a reunião do COF a ser realizada na data de hoje,
Considerando a solicitação enviada à Presidente da Diretoria Executiva na data de 29 de Julho de 2023,
Considerando os impactos logísticos decorrentes da falha no serviço aéreo ofertado à SEP em sua viagem para a Colômbia,
Considerando o requerimento enviado à Diretoria Executiva, com cópia para os Presidentes do Conselho Deliberativo e deste e. Conselho de Orientação e Fiscalização.
Vimos por meio da presente mensagem solicitar que este colegiado aborde na reunião a ser realizada na data de hoje os seguintes assuntos de interesse de nossa agremiação e toda sua coletividade:
1) seja debatida a natureza da relação entre Palmeiras e Placar Linhas Aéreas e a necessidade de formalização dessa relação por meio de contrato, deixando claros os termos da relação, incluindo: a) o que cada uma das partes tem obrigação de cumprir; b) a existência de eventuais contrapartidas dadas pela SEP, que devem ser adequadamente mensuradas, e c) a existência de planos de contingência, seguros e indenizações caso a prestação de serviço ou empréstimo apresente problema;
2) seja discutida a necessária definição de uma política com processos e regras adequadas e transparentes para a gestão de situações de conflitos de interesse na gestão dos assuntos da SEP;
3) sejam discutidas as solicitações enviadas pelos conselheiros no arquivo em anexo, infelizmente sem nenhuma resposta até o presente momento.
Aproveitamos para renovar nossos votos de estima e consideração, reiterando a imensurável relevância da atuação deste Conselho em relação a estes temas de primeira importância para o presente e futuro da SEP’.