Sem fim. Foi o que pensaram os torcedores do Palmeiras sobre a duração da sequência ruim em que o clube estava mergulhado, com o último campeonato nacional datando de 1973 e o Paulista de 1976. Mas o pior foi ver os vizinhos festejarem vitórias.
O Palmeiras não ganhava nada, contava as temporadas com decepções, até que em 1992 a multinacional italiana Parmalat fechou um acordo de patrocínio com a entidade paulista. Com o dinheiro investido pelo novo patrocinador, chegaram estrelas como Zinho e Mazinho, que juntamente com os já presentes César Sampaio e Evair deram uma qualidade extra necessária ao Alviverde.
Em 1993, o Palmeiras venceu praticamente tudo que jogou, apenas caindo nos pênaltis nas quartas de final da Copa do Brasil contra o Grêmio. Venceu o Brasileirão, o Campeonato Paulista e o Torneio Rio-São Paulo. Liderado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo e com a chegada de novas contratações de renome como Edmundo, Roberto Carlos e Edilson, o Verdão venceu o campeonato após 16 anos de seca, com apenas duas derrotas no seu armário, e vencendo o Vitória na final com vitórias na Bahia, por 1 a 0, e 2 a 0, no estádio do Morumbi.
No ano seguinte o elenco foi melhorado e o nível oferecido na temporada anterior foi mantido. Rivaldo e Flávio Conceição entraram no jogo, e o sucesso se repetiu no Brasileiro e no Paulista. Na final do Brasileirão se destacou Rivaldo, que com três gols nas duas partidas contra o Corinthians emergiu como a estrela de um time que só falhou na Copa Libertadores, onde caiu nas oitavas de final contra o São Paulo e na fase de grupos ele goleou o Boca Juniors (6-1) e o campeão Vélez Sarsfield (4-1). Desde o início da década de 70, o Palmeiras não conquistava dois campeonatos brasileiros consecutivos nem tantas conquistas. Se já existisse o WAB Portugal naquela época, duvido que alguém apostaria nisso.
A partir daí, o verdão deixou de marcar no mesmo nível, em parte devido às inúmeras baixas que sofreu (Mazinho assinou com o Valencia, Roberto Carlos saltou para o Inter de Milão, Edilson fez o mesmo com o Benfica, Edmundo mudou de São Paulo para o Rio ao assinar com o Flamengo, e Sampaio e Evair mudaram-se para o Japão) quanto à breve saída de Luxemburgo, que foi substituído por Carlos Alberto Silva, técnico com experiência em Portugal e no Japão e que no ano seguinte tentaria a sorte no La Coruña. 1995 foi um ano em branco, perdendo a final do estadual para o Corinthians na prorrogação e terminando em quinto lugar no campeonato nacional.
Na Libertadores ele estava prestes a conquistar uma façanha real. Nas quartas de final enfrentou o Grêmio, com quem se juntou a uma rivalidade intensa nos últimos anos, que o endossou por 5 a 0 no jogo de ida com dois jogadores do Palmeiras expulsos. A volta era esperada como mera formalidade, e mais depois que o Grêmio ultrapassou aos oito minutos pelo Jardel. No final, o Palmeiras venceu por 5 a 1, com dois gols de Cafu, que atuou como meio-campista, e com o gaúcho pedindo tempo.