Cobrando R$ 136 milhões da WTorre, o Palmeiras moveu um processo civil contra a Real Arenas, braço da construtora responsável pela administração do Allianz Parque. Em julho, a Justiça solicitou a apresentação de uma garantia no valor total solicitado pelo clube. Agora, a empresa busca anular esta decisão.
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Inicialmente, a Justiça determinou que as garantias – em dinheiro em depósito judicial ou em bens que estão em nome da empresa – deveriam ser apresentadas até a próxima sexta-feira (4). Caso isso não ocorra, a defesa não será apreciada, e os bens da Real Arenas serão penhorados para quitar a dívida.
A WTorre, por sua vez, afirma, no processo, que não tem condições de realizar o depósito ou apresentar bens que igualem o valor da ação movida pelo Palmeiras. Além disso, a instituição disse que o montante solicitado pelo Verdão pode fazer com que a empresa entre em processo de recuperação judicial.
“Uma recuperação judicial aniquilará a Agravante e, de igual modo, poderá prejudicar milhares de consumidores. Afinal, já existem no Allianz Parque shows marcados até 2025, muitos deles com ingressos vendidos. Para cumprir tais obrigações, a Agravante precisa estar ativa e financeiramente estabilizada. Sabe-se que um processo de insolvência traz inúmeras sequelas, a começar pela perda de crédito. Passa-se daí à perda de clientes. Afinal, qual banda internacional contratará com uma arena em Recuperação Judicial?”, afirmou um advogado da Real Arenas, de acordo com o processo.
Já o Palmeiras, busca demonstrar que não seria necessário entrar em recuperação judicial para a dívida ser quitada. Isso porque o dinheiro pedido pelo Verdão foi recebido pela empresa, que, ao longo de oito anos, teve rendimentos que superam os R$ 670 milhões.
De acordo com apuração do NOSSO PALESTRA, o clube entende que esta é mais uma tentativa da Real Arenas de ganhar tempo e adiar o pagamento da dívida.
O Alviverde iniciou um processo na Justiça contra a Real Arenas, responsável pela administração do Allianz Parque, afirmando que a empresa não repassa os valores acordados no contrato de concessão ao clube. Atualmente, a cobrança é de R$ 136 milhões.
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No contrato entre o clube e a WTorre, o Alviverde tem direito a um percentual do valor arrecadado com o aluguel da arena para shows, exploração de setores, locação de camarotes e cadeiras e naming rights. O valor que deve ser repassado ao Maior Campeão Nacional aumenta a cada ano.
Contudo, o Palmeiras não recebeu o que deveria nos últimos anos. Desde a inauguração do Allianz Parque, a empresa realizou os pagamentos apenas em novembro e dezembro de 2014 e de janeiro a junho de 2015 – maio foi a exceção. Mesmo assim, ainda são apresentados relatórios mensais que constam os valores que deveriam ser transferidos ao Verdão.
Por isso, há seis anos, a diretoria palestrina abriu um processo em primeira instância cobrando R$ 15 milhões. Este, porém, foi arquivada em 2018, com o tribunal alegando que a ação deveria ser realizada na corte arbitral. O Alviverde contestou a decisão e recorreu na segunda instância, que deu razão ao clube três anos depois para que a dívida fosse executada judicialmente.
Num primeiro momento, o Palmeiras cobrava os valores que deveriam ter sido pagos até 2017. Nos últimos anos, o processo estava paralisado, uma vez que a empresa e o clube buscavam um acordo referente a todas as divergências da parceria, mas não houve consenso.
Internamente, o clube entende que a parceria não está sendo tão vantajosa quanto deveria, até porque outras quantias das quais o Maior Campeão Nacional também tem direito não foram transferidas – como o equivalente a 50% do valor bruto da bilheteria que deveria ser pago pela WTorre sempre que o time precisasse mandar um jogo fora do Allianz Parque. Estes, porém, não entraram na ação por não serem valores admitidos.
Procurados pela reportagem, Palmeiras e Real Arenas afirmaram que não vão comentar o caso.