O Palmeiras protagonizou um vexame daqueles que lembra o bom e barato dos anos 2000. A direção projetou chegar, no mínimo, até as quartas de final e o campeão caiu para o CRB na terceira fase. A competição que melhor premia no Brasil viu o detentor do título ser eliminado em casa. De quem é a principal culpa?
Ela pertence a Mauricio Galiotte. O presidente saciou a fome por títulos com a temporada praticamente perfeita de 2020 e abriu mão de reforçar e oxigenar um elenco que poderia se manter no topo. O motivo para isso é finalizar o segundo mandato com as contas no azul. Escolher o lado financeiro começa a interferir na parte esportiva.
A passividade de Galiotte e seus comandados se refletem na indolência de alguns atletas em campo. Escolhas ruins e caras que comprometem e oneram as finanças. O presidente que se escondeu em escudos durante duas gestões dificilmente mudará o perfil a poucos meses de passar o bastão. Foi assim com dois dos maiores treinadores da história do clube. O enredo é o mesmo com Abel Ferreira. O discurso de “resolver internamente” é um mantra repetido a cada turbulência.
É necessário se expor para defender os seus e isso jamais foi feito. A omissão vem de cima para baixo e pouquíssimos são os jogadores que dão a cara a tapa. E tudo sobra para Abel! Ele tem, sim, culpa, mas o crédito ainda é maior, pode ter certeza. E isso é passar pano.
A ineficácia de uma direção que sequer consegue oferecer um projeto convincente para o campeão da América e do Brasil é absurda. Galiottte acreditou que os títulos o fariam ter um último ano tranquilo para arrumar a casa financeiramente. Pelo visto, não terá dinheiro, a não ser que venda algumas Crias da Academia, e muito menos conquistas.
Mas o importante é que tudo é (mal) resolvido internamente.