Opinião

Abel encabeça e Palmeiras, enfim, expõe sua marca e abraça público da Fórmula 1

A rede de influências está à mão do Verdão, que precisa querer usar

Lando Norris está cada vez mais nas graças da torcida do Palmeiras (Foto: Divulgação)
Lando Norris está cada vez mais nas graças da torcida do Palmeiras (Foto: Divulgação)

Uma de minhas críticas à gestão do Palmeiras é a capacidade de associar sua marca aos grandes players das mais diversas áreas. Ser presente além dos muros, extrapolar o futebol e mostrar toda sua grandeza para que mais pessoas consumam, mais pessoas abracem e esse movimento globalize o já global Palmeiras. Um tanto provinciano, o modelo de ação costuma ser conservador, como vocês bem sabem. Abel, no entanto, tomou para si a liderança dessa ideia e abriu caminhos que precisam se tornar modelo, e não acaso.

Fã de automobilismo e a principal imagem do clube neste momento, o treinador português fez da visita de Lando Norris, piloto da McLaren – que também contou com a presença de Callum Ilott, reserva da Alfa Romeo, um acontecimento. Apesar do registro protocolar do Palmeiras nas redes sociais, como uma foto e uma menção, Abel recebeu o piloto no gramado do Allianz Parque, conversou (em inglês), deu uma camisa autografada e aproximou sua figura e a do clube com um público até então distante. E esse foi só o começo.

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Trocando gentilezas, a McLaren retribuiu o convite e levou Abel Ferreira para Interlagos, que recebe neste final de semana o Grande Prêmio do Brasil, etapa da Fórmula 1 no país. O treinador realizou ‘um sonho’ de conhecer de perto o universo da principal categoria de automobilismo do mundo, fez fotos, vídeos, postou em suas redes sociais, encontrou Daniel Riccardo, piloto australiano companheiro de Norris, fez um ‘social’ e distribuiu camisas do Palmeiras. Ainda em tempo, foi tietado por Pietro Fittipaldi, piloto reserva da Haas e palmeirense declarado, com quem conversou durante longos minutos.

Em dois dias, Abel conduziu a marca Palmeiras para centenas de milhares de pessoas. Lando Norris, em entrevista, reafirmou o gosto pelo clube, fato que certamente impõe aos seus fãs, que são muitos, uma simpatia natural por um time de futebol, aqui do Brasil. Ao mesmo tempo, incontáveis palmeirenses agora simpatizam com o ‘Landinho’, apelido carinhoso que o piloto recebeu. É uma troca natural de gestos e que expõe, que eleva e só gera benefícios. O Palmeiras desperdiça oportunidades com alguma frequência e essa iniciativa do comandante português, que ganhou o endosso institucional, precisa se tornar o modelo a ser seguido. Sempre.

Basta olhar para o cenário dos games. Gabriel Toledo, o FalleN, conhecido por ser um dos maiores jogadores de Counter Strike de todos os tempos e um dos streamers mais vistos do mundo, é um palmeirense declarado e muito ativo, que nunca escondeu seu amor pelo clube, mas que nunca teve sua imagem devidamente associada.

O Major, campeonato mundial da modalidade, que movimenta milhões de consumidores, planeja uma vinda ao Brasil e o Allianz Parque, em seu perfil nas redes sociais, interagiu com o torneio, criando agitação da cena, mas o Palmeiras não se incluiu. Porque não unir FalleN, Palmeiras e CS? Porque não abrir as portas para um verdadeiro exército de novos torcedores? Porque não ser ainda mais querido e visto?

São tantas oportunidades, tantas boas opções, que não cabe listar por aqui, mas é preciso se atentar a isso. Abel é uma figura de carisma ímpar, grande habilidade de comunicação e ascensão sobre o palmeirense. Vencedor da Libertadores, ainda não é embaixador de campanhas do clube para angariar sócios, para conquistar novos adeptos, para expor essa história ao redor do mundo. Dudu, o mesmo caso, mas dentro de campo. A rede de influências está à mão do Verdão – que precisa querer.

Se fizer, não vai se arrepender.

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