Opinião

As lições da derrota para que o futuro possa ser ainda mais verde

Palmeiras voltou a ser protagonista mesmo em mais uma temporada com troca no seu comando técnico

Abel Ferreira pode conquistar três títulos nesta reta final de temporada (Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras)
Abel Ferreira pode conquistar três títulos nesta reta final de temporada (Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras)

Acho que nem preciso dizer para o palmeirense que a derrota forma caráter, né?

O belíssimo texto do Raylson Araújo, publicado dias atrás aqui no Nosso Palestra, relembrou bem o purgatório que foi acompanhar o clube nos primeiros quinze anos deste século.

Dito isto, a derrota por 1 a 0 para o Tigres deixa algumas lições para o Verdão, que agora é protagonista e talvez o maior vencedor dos últimos cinco anos no Brasil, mesmo trocando o pneu com o carro andando em todos esses anos.

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Não se ganha Mundial de Clubes sem um mínimo de planejamento e sequência de trabalho. Eram três meses de um trabalho que nem começou, contra um de 11 anos.

E que três meses. Não bastasse o calendário doentio do futebol brasileiro, Abel Ferreira teve que passar por cima de um vírus que contaminou do faxineiro ao presidente na Academia de Futebol.

Faltaram peças velozes para tentar furar a retranca mexicana. Wesley e Gabriel Veron poderiam ajudar demais caso não estivessem fora de combate. Faltou um meia mais criativo para municiar os atacantes, apesar da gigante temporada que faz Raphael Veiga.

Talvez também faltou um lateral-direito. Mas mesmo com tantas faltas, o Verdão foi campeão da Libertadores. Com méritos. Muitos.

Talvez a doída derrota para o Tigres ajude que os holofotes saiam um pouco de cima de Abel Ferreira. O técnico precisa e merece cumprir todo o seu contrato no clube. Mas a glória eterna e recente fez com que os palmeirenses já temessem perder o comandante para a futebol europeu.

Reforçando o time com peças que se encaixam em seu estilo e mantendo as Crias da Academia, 2021 pode ser muito glorioso, assim como esta temporada que não acaba nunca.

Abel sabe que as derrotas fazem a gente amadurecer. E sabe quanto elas serão necessárias em seu início de carreira. A humildade talvez seja a qualidade que mais me encanta neste início de trabalho do português no Brasil.

O Palmeiras vai seguir perdendo de vez em quando, mas se manter a organização e dar tempo para Abel, pode ganhar muito mais.

O River Plate, que causou um trauma no torcedor palmeirense dentro do Allianz Parque menos de um mês atrás, também caiu na semi do Mundial de 2018, uma semana depois do título sobre o seu maior rival.

Gallardo seguiu no comando dos ‘Millionários’, e mesmo sem títulos continentais nas últimas duas temporadas, seu time joga o futebol mais bonito da América Latina e bateu na trave pelo Bi e até pelo tri consecutivo da Libertadores.

Tempo.

Cabeça fria.

Coração quente, Palmeiras.

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